Como uma das áreas em busca de crescimento em momento desafiador para a geração de caixa, a Oi Soluções, braço corporativo da operadora, procura investir na estratégia de se colocar como integradora de serviço. Ou seja, levar não apenas a conectividade, mas serviços adicionados para os clientes corporativos. É o caso do Wi-Fi 6X, lançado pela companhia nesta semana e que junta a tecnologia WiFi 6 com uma plataforma de analytics buscando os clientes de varejo.
Segundo o gerente do produto na operadora, Renato Simões, a utilização de uma tecnologia de maior capacidade tem um motivo. "Se fosse apenas o WiFi 6, haveria ganho. Mas quando agrego a inteligência da plataforma e o throughput, e poder do equipamento do WiFi, transformo a experiência para o cliente", declarou ele ao TELETIME.
Uma aplicação da solução é a de lugares de alta densidade, como grandes lojas de varejo, shopping centers, metrôs e hospitais. Como a solução, é possível conectar mais CPEs ao mesmo tempo, obtendo também maior precisão dos relatórios. O gerente da Oi afirma que foi possível aumentar a precisão de 84% para 96,5%.
É possível, por exemplo, saber se o cliente está posicionado em frente a uma vitrine, e aí efetuar disparos de mensagens por SMS ou WhatsApp para ofertar promoções – desde que o consumidor tenha feito opt-in. A empresa garante que está em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). "Consigo dizer onde o cliente está, quanto tempo fica, em quanto tempo ele retorna. E se fizer login por redes sociais, posso saber quem é. Essa forma de diagnosticar e fazer campanha é muito mais inteligente."
O desenvolvimento da plataforma de analytics foi interno, e veio da própria necessidade da Oi de escalar a solução para a realização de grandes eventos, como o Rock in Rio. "Chegou um momento em que a plataforma estava preparada para vender para o cliente", explica.
Banda larga
Apesar de a solução ainda não utilizar a faixa de 6 GHz, a companhia já havia se manifestado favorável à liberação de toda a capacidade de 1.200 MHz na faixa durante consulta pública da Anatel. A agência decidiu no ano passado destinar o espectro para aplicações não licenciadas. Em fevereiro deste ano, consolidou o entendimento ao aprovar as definições técnicas, como potência e alcance para utilização indoor.
Na visão de Renato Simões, o WiFi 6, por si só, já pode ser vendido em conjunto com a capacidade de banda larga de 1 Gbps ou mesmo de 10 Gbps, quando a operadora passar a adotar o XGS-PON para sua rede de fibra. "Já tenho isso na mão", declara, citando o mercado B2B. A companhia atualmente trabalha com quatro fornecedores de roteadores: a Cisco, a HP Aruba, a Fortinet e a Ruckus.
Porém, ele insiste que a ideia é não oferecer apenas a conectividade, mas permitir que o cliente empresarial possa contar com mais tecnologia por meio de serviços digitais. Simões diz que a solução de WiFi pura não é o que é mais vende no portfólio da Oi Soluções, até por conta da pandemia e da restrição a ambientes fechados.
Não significa que a empresa esteja estagnada na infraestrutura óptica. Segundo o gerente de produto da operadora, a companhia tem expandido a rede. "No Centro-Oeste tivemos uma expansão de rede muito importante, e tem cidade 100% coberta, inclusive B2B", declara.