Estímulos para a adoção do padrão aberto e interoperável em redes de acesso (Open RAN) no Brasil foram defendidos pela Dell, que vê a novidade como vetor para uma maior inclusão digital no País.
O assunto foi abordado nesta quarta-feira, 19, durante evento virtual promovido pela fornecedora. Na ocasião, o diretor de governo da Dell, Bruno Assaf, classificou como "madura" a decisão do governo de estimular o 5G standalone (SA), "principalmente se conseguirmos estimular o Open RAN" em paralelo.
A Dell tem expectativa de participar como integradora em projetos do gênero. Segundo Assaf, incentivos para o Open RAN devem permitir uma aceleração da implementação de infraestrutura pelas operadoras, uma maior democratização do acesso à serviços e menor dependência frente fornecedores consolidados em redes de acesso.
Por conta da extensão geográfica brasileira, o País também é considerado pela empresa como uma grande oportunidade no segmento. "Podemos ter um ecossistema de inovação mais rico e próprio para o País se tornar uma plataforma exportadora para a América Latina", avaliou Assaf.
Modelos
Presente no debate, o secretário de telecomunicações do Ministério das Comunicações, Artur Coimbra, identificou que o maior desafio para o sucesso do Open RAN é justamente o desenho de incentivos que viabilizem a adoção.
No momento, o governo já estaria financiando atividades do gênero através do CPQD, notou Coimbra. Vale lembrar que a Anatel também tem um grupo de trabalho (GT) para estudo do padrão, inclusive com presença da Dell.
No entanto, o secretário também argumentou que as operadoras precisarão "recuperar" capacidade de engenharia que hoje foi descentralizada para fabricantes e prestadoras de serviços parceiras. "Querendo ou não isso trouxe perda de engenharia para algumas empresas. Para adotar o Open RAN, elas têm que reganhar essa capacidade. Isso que vai permitir montar uma rede que no fim das contas garanta preços melhores para todos".