Embora os preços dos serviços de telecomunicações continuem a cair no mundo, isso ainda não significa que a penetração da Internet esteja crescendo no ritmo esperado. Segundo estudo ICT Price Trends da União Internacional de Telecomunicações (UIT) e divulgado nesta terça, 19, houve redução ainda mais dramática se considerando o custo dos serviços de telecom em relação à renda, mas isso também não se converteu em alcance da digitalização. Segundo a entidade, essas tendências sugerem que o custo não é a única barreira à inclusão digital.
A UIT diz que fatores como baixo nível de educação, falta de conteúdo relevante e em linguagem local podem ajudar a explicar a penetração da Internet. Outras possibilidades apontadas pela entidade são a falta de habilidades digitais e baixa qualidade da conexão.
De acordo com o estudo, considerando o período de 2008 a 2019, a taxa composta anual do preço médio nos serviços de celular foram de 5,3% na voz e 7% em dados. Na banda larga fixa, o recuo do preço foi de 2,5%.
Resultados
- A expansão de serviços em combo ajudou a reduzir preços, uma vez que a cesta com voz e dados é mais barata na maioria dos mercados;
- Entre 2013 a 2019, a cesta de dados móveis caiu de 8,4% da renda média per capita para 3,2%. Considerando preços em dólares, houve uma redução de 7%;
- A cesta de serviços de voz de celular tem custo acessível na maioria dos países pesquisados. Do total de mais de 180 nações, 70 contam com planos disponíveis por menos de 1% da renda média per capita. Para 37 países, esse índice é abaixo de 2%;
- Houve progresso no atendimento a metas de desenvolvimento sustentável da Comissão da Banda Larga das Nações Unidas, que prevê o custo da Internet fixa entre 2% e 5% da renda média até 2025. No Brasil, esse índice ainda está em 1,8%.
- Pacotes de Internet fixa continuam sendo, em geral, mais caro que os de celular. Segundo a UIT, a acessibilidade de custo da banda larga fixa não mudou substancialmente nos últimos quatro anos, apesar das velocidades terem aumentado.
Coronavírus
Com a crise provocada pelo coronavírus (coivd-19), o acesso às telecomunicações, em especial a Internet, para residências e consumidores de baixa renda é mais vital do que nunca, declara em comunicado o secretário-geral da UIT, Houlin Zhao. "Pessoas que não têm acesso à Internet podem não conseguir acessar informações sobre como se proteger do coronavírus", diz, citando ainda aplicações de teletrabalho, educação a distância e comunicação com familiares e amigos na quarentena.