A consolidação do modelo de negócios das lojas de aplicativos com o lançamento da App Store da Apple marcou o fim do reinado das operadoras móveis sobre o controle dos conteúdos nos aparelhos de seus clientes. Mais do que perder a dominância desse mercado, as teles foram praticamente excluídas da cadeia de valor nos smartphones e agora traçam suas estratégias para voltar ao jogo.
A TIM, por exemplo, aparentemente encontrou uma maneira de contornar o modelo da Apple e voltar à cadeia de valor do mercado de aplicativos móveis. O gerente de marketing de VAS da operadora, Flávio Ferreira, explica que a ideia é abrir uma camada de exposição de APIs de redes e serviços da TIM, especialmente para possibilitar o IP billing. "Isso permitiria, por exemplo, que um desenvolvedor que tenha aplicativos para iOS ou Android ou em outra loja de aplicativos possa colocar, por exemplo, um serviço dentro do aplicativo que possa ser cobrado por SMS, utilizando nossa infraestrutura de billing", detalha. De acordo com o executivo, como as operadoras brasileiras estão caminhando no sentido de abrir essas APIs de serviços, será possível que um desenvolvedor venha a integrar os serviços de SMS de mais de uma operadora num mesmo aplicativo e assim atender a uma base de usuários mais ampla. "De certa forma é uma maneira de reentrar num ecossistema de onde havíamos sido excluídos em um primeiro momento, mas as APIs também permitiriam que as próprias lojas de aplicativos fossem tarifadas pela TIM", avalia. O primeiro trial interno, com um aplicativo específico com serviço de cobrança por SMS, deve ter início na TIM ainda no final do primeiro semestre.
A abertura de APIs para desenvolvedores teve início no Brasil ainda em 2010 com a Vivo e, segundo o diretor de produtos e serviços da operadora, Alexandre Fernandes, a ideia é expandir a iniciativa. Depois de ter criado uma versão para SMS, a operadora tem planos de criar APIs que permitam aplicações integradas às suas plataformas de ringback tones e de voz. Além disso, a Vivo também começou a negociar diretamente com lojas de aplicativos a oferta de sua estrutura de billing para a compra de aplicativos como uma alternativa ao cartão de crédito.
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