Um estudo da KPMG Internacional, feito com mais de 4 mil usuários de celular em 19 países, incluindo o Brasil, revelou que segurança e privacidade são duas questões essenciais para os clientes de telefonia móvel. Do total de entrevistados, 60% disseram estar muito preocupados com a segurança ao usar o celular, e 55% afirmaram também estar muito apreensivos em relação à privacidade. No Brasil, esses índices são ainda maiores: 71% e 61%, respectivamente. As principais preocupações dos consumidores incluíram o acesso não autorizado a informações pessoais identificáveis (73%) e a interceptação de informações de cartão de crédito (69%). O levantamento também revelou uma relutância geral dos clientes em permitir o rastreamento de informações pessoais online em troca de custos menores pelos serviços. Esta foi a opinião de 49% dos entrevistados. No Brasil, a porcentagem foi de 50%. "É natural que essa preocupação com segurança na utilização da Internet também ocorra com os dispositivos móveis. O desenvolvimento de aplicações seguras, em conjunto com amplas campanhas de conscientização, deverá fazer parte das iniciativas de investimento em operações financeiras a partir desses equipamentos", afirma Frank Meylan, sócio-responsável pela área de segurança da informação da KPMG no Brasil. Ainda de acordo com a pesquisa, essa falta de segurança reflete diretamente no uso do telefone móvel. Apesar de 53% terem afirmado que estão confortáveis em usar o celular para realizar transações financeiras; como banco móvel, 81% disseram que nunca realizaram uma operação deste tipo. "As constatações mostram uma mensagem clara aos fornecedores sobre a necessidade urgente de tratar questões de segurança para atrair e manter os clientes. Claramente, no futuro, as operadoras que demonstrarem preocupação com estes quesitos vão conquistar uma vantagem competitiva e a confiança dos clientes", afirma Manuel Fernandes, sócio-líder do setor de telefonia da KPMG no Brasil e na América Latina.
Propaganda online
O estudo da KPMG Internacional também analisou o comportamento do consumidor em relação à propaganda no celular. Cerca de 40% dos entrevistados disseram que estão dispostos a receber anúncios em seus telefones em troca de downloads gratuitos de músicas. Em relação ao serviço de mensagens instantâneas, 44% afirmaram que aceitariam receber propaganda em troca dessa facilidade. No Brasil, essa relação foi maior, de 58% e 62%, o que mostra a popularidade de serviços de música e, sobretudo, de bate-papo no celular. Já 28% do total global entrevistado afirmaram que não aceitariam nenhum tipo de serviço em troca de receber propaganda no telefone. Já em relação aos brasileiros, apenas 19% tiveram essa opinião. Os consumidores não demonstraram estar dispostos a receber propaganda em seus telefones celulares e computadores sem algum incentivo ou sem receber conteúdo grátis em troca. Do total, 36% prefeririam receber propagandas em seus celulares a ter que pagar por conteúdo, e 42% alegaram o mesmo em relação a seus computadores. Contudo, quase metade dos entrevistados, 43%, prefere pagar pelo conteúdo online a fim de evitar receber propagandas em seus celulares; comparados aos 33% que disseram o mesmo em relação a seus computadores. "Cada vez mais, fica clara a demanda global por pacotes de serviços que ofereçam valor real, como música, entretenimento, jogos, e-mail e serviços de bate-papo, o que resulta numa expectativa otimista para as indústrias convergentes de tecnologia e comunicações", diz Manuel Fernandes. A música, segundo a pesquisa, é definitivamente a commodity mais desejada e atrativa para os usuários de telefonia celular; 30% dos entrevistados compraram músicas em seus telefones celulares nos últimos 12 meses. E mais importante ainda; a maior parte dos entrevistados, 66% globalmente; 95% na Índia, 86% no Reino Unido, 84% nos Estados Unidos e 64% no Brasil, estão satisfeitos com sua experiência com download.
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