Os resultados da Ericsson no primeiro trimestre de 2023 revelaram uma estagnação nas receitas orgânicas e queda no negócio de equipamentos de rede da fornecedora sueca – mas acompanhadas de avanços no segmento corporativo e no 5G em países emergentes.
O destaque do balanço foi a demanda 5G na regional Índia, Sudeste Asiático e Oceania, que cresceu 132% em termos ajustados (para 13,9 bilhões de coroas suecas, ou cerca de US$ 1,3 bilhão). As razões foram os ganhos de market share 5G no gigantesco mercado indiano e projetos nas Filipinas e na Malásia, informou a Ericsson.
Na América Latina, as vendas também cresceram no primeiro trimestre impulsionadas pelo 5G: 6%, mas sem recorte disponível das cifras, uma vez que a área reporta números ao lado da Europa – onde o faturamento recuou 16%. Juntas, as duas regionais recuaram 12% em termos orgânicos, para US$ 1,3 bilhão em receitas.
Queda mais acentuada ocorreu na América do Norte (-26% ano contra ano, para US$ 1,6 bilhão), onde se concretizou a aposta de desaceleração de investimentos em redes de acesso em mercados maduros como os Estados Unidos. No cômputo global, a Ericsson não cresceu faturamento em termos orgânicos, perfazendo receita total de US$ 6 bilhões no primeiro trimestre.
Áreas
No recorte entre divisões, o principal negócio da fornecedora (a divisão de redes) teve queda de 2% no primeiro trimestre. Já no segmento corporativo (enterprise), a alta em termos orgânicos foi de 19%, puxada por soluções wireless para redes em verticais.
A plataforma de comunicação da Vonage também contribuiu de forma relevante para o total de receitas B2B. A fornecedora ainda espera começar a gerar receitas com o mercado de APIs ainda neste ano, com crescimento da relevância em 2024 e 2025. A divisão enterprise da Erisson gerou 6 bilhões de coroas suecas (quase US$ 600 milhões) no primeiro trimestre.
Incerteza
No geral, a empresa teve queda de 46% no lucro líquido do primeiro trimestre, para cerca de US$ 150 milhões. "Continuamos a ver um ambiente instável durante 2023 com pouca visibilidade", completou a fornecedora, que ampliou de 9 bilhões de coroas suecas para 11 bilhões o programa de reestruturação de custos em curso. A empresa projeta impacto do programa nos próximos resultados trimestrais.