Brasil será primeiro mercado a receber devices com OS em HTML5 da Mozilla

Gary Kovacs, CEO da Mozilla, desenvolvedora do browser de internet Firefox, veio ao Brasil para apresentar ao mercado nesta quinta, 19, mais detalhes sobre a parceria com a Telefónica Digital para o desenvolvimento de um novo sistema operacional (OS) para dispositivos móveis baseado em HTML5, anunciado em fevereiro durante o Mobile World Congress.

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A iniciativa, chamada Open Web Device (OWD), prevê o desenvolvimento de um ambiente operacional aberto para celulares e que todas as aplicações sejam desenvolvidas sobre a web, por meio do HTML5. As aplicações de chamadas, SMS, busca, jogos e multimídia passam a ser executadas pelo navegador Firefox do celular. “Conectamos o HTML5 ao hardware, eliminando assim algumas camadas da plataforma operacional, e assim conseguimos melhor performance, com processamento mais rápido, menor exigência de processamento e menor consumo de bateria”, explica Kovacs.

Segundo o diretor do Centro de Inovação da Telefónica Digital, Pablo Larrieux, o OWD permitirá devices mais baratos para mercados onde o custo dos terminais é uma barreira para adoção de smartphones, como a América Latina. “Serão handsets com preço de featurephones, mas com funcionalidade de smartphones”, define Larrieux. A Telefónica está ajudando no desenvolvimento de toda a interface com o usuário do novo sistema operacional.

O Brasil será o primeiro mercado a receber esses “smartfeature phones” com o OS que por enquanto está sendo chamado internamente pelos engenheiros da Mozilla de “Boot to Gecko” (B2G). “Estamos trabalhando com vários fabricantes de terminais, mas ainda não podemos anunciar nenhum nome. Nossa expectativa é ter a plataforma pronta e aparelhos em teste no final de 2012, com os primeiros aparelhos chegando ao mercado brasileiro para comercialização já no começo de 2013”, revela Kovacs.

Apps

A loja de aplicativos Open App Market Place será lançada no ano que vem, junto com o anúncio dos primeiros telefones com B2G. A loja também terá uma versão para desktop já que, segundo o executivo da Mozilla, os aplicativos poderão seguir seu usuário tanto no computador quanto nos dispositivos móveis. “A linha que divide o web browser dos aplicativos móveis praticamente desaparecerá”, garante.

OS aberto

Kovacs garante que a intenção da criação do OWD não é dar o controle sobre os dispositivos móveis de volta às operadoras, que perderam espaço, principalmente, para Apple e Google, donos dos sistemas operacionais de maior popularidade. “Teria medo de mover o controle dessas grandes empresas (Apple e Google) de volta para outras grandes empresas (as operadoras). Essa iniciativa é para dar o controle para desenvolvedores de conteúdos e serviços e para o usuário. Não somos uma empresa que visa o lucro, não precisamos responder a acionistas, queremos a evolução da Internet móvel, como fizemos com a Internet fixa há dez anos”, explicou.

Ele lembra que quando o Firefox foi lançado, em 2002, o mercado de navegação na Internet estava concentrado com uma única empresa [a Microsoft], que detinha 97% de participação, e praticamente não havia inovação. “Quando lançamos o browser aberto, com padrões em HTML, Java e CSS, o mercado de desenvolvedores explodiu e hoje já são mais de 2,5 milhões criando conteúdos, serviços e aplicações para a Internet. Enfrentamos o mesmo desafio agora no mundo móvel”, disse Kovacs.

Atualmente, 50% dos acessos globais à Internet são feitos a partir de dispositivos móveis, mas apenas de 10% a 20% dos pageviews são gerados a partir desses handsets.

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