Desligamento do 2G e 3G traz desafio e oportunidade, aposta Links Field

Thiago Rodrigues. Foto: Marcos Mesquita

Acompanhando o impacto do desligamento das redes 2G e 3G no mercado de Internet das Coisas, a operadora móvel virtual (MVNO) Links Field acredita que o processo no Brasil pode gerar oportunidades de negócios para as operadoras, embora haja desafios significativos a serem superados na migração de usuários para novas tecnologias.

A avaliação foi feita durante o primeiro dia do Fórum das Operadoras Inovadoras, promovido por TELETIME e Mobile Time na terça-feira, 18, em São Paulo. Sócio-fundador e CEO da Links Field, Thiago Rodrigues lembrou que as redes 2G e 3G seguem relevantes para o mercado de Internet das Coisas (IoT), o que exigirá uma migração gradativa de terminais.

O executivo observou que no caso dos terminais de pagamento, a queda do 2G/3G já está ocorrendo em ritmo mais acelerado, ao contrário do segmento de rastreamento, onde também crescimento do 4G, mas com resiliência das tecnologias legadas. A Links Field avalia que na soma dos dois setores, a migração possa custar R$ 10 bilhões entre aquisição de dispositivos e serviços agregados.

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No evento desta terça-feira, Rodrigues também fez uma ponderação sobre o impacto ambiental da troca massiva dos atuais dispositivos 2G/3G. "Onde vão parar esses [quase] 25 milhões de equipamentos que estão na rua e serão descartados?", questionou ele, calculando também os telefones celulares ao abordar a necessidade de logística reversa.

Há, contudo, também alternativas de negócio para empresas que atendem o segmento corporativo. "Os clientes trocando de tecnologia é uma oportunidade de vender valor", avaliou o CEO da Links Field – que tem avaliado mecanismos para apoiar a migração de parceiros, sobretudo do segmento de rastreamento.

Já no front tecnológico, entre os recursos que podem despontar no novo cenário estão a consolidação do LTE (4G) Cat 1 no mercado de Internet das Coisas, a chegada de redes não terrestres (NTN) com ajuda de satélites e futura redução de preços e o uso do eSIM, algo que a operadora já tem oferecido um stack completo.

Sem botão vermelho

A Links Field nota que não existe um "botão" de desligamento do 2G/3G no Brasil, mas sim medidas que preparam terreno para o processo. Entre elas, o fim da certificação pela Anatel de novos equipamentos que só operam as tecnologias e novos contratos com operadoras que já não oferecem suporte às duas redes.

Há também o efeito do acordo de compartilhamento de rede entre TIM e Vivo, para consolidação da estrutura 2G em determinadas cidades. No modelo, uma empresa pode desligar a rede em um município, com a outra passando a atender clientes de ambas.

"Efetivamente há uma mudança de cobertura. No Rio de Janeiro tem um cliente que era muito bem atendido pela Vivo e quando houve o chaveamento para rede da TIM, não houve cobertura", afirmou Thiago, apontando que a consolidação de redes já ocorreu em 1,5 mil cidades. A operadora é MVNO a partir de acordo com a Telecall e usa a rede da Vivo.

No cômputo geral, a empresa nota que a próprio número de antenas no 2G tem caído no País, recuando 4% entre 2021 e 2024 (de 58 mil antenas para 56 mil). No mesmo intervalo, a cobertura 4G cresceu 14%.

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