Apontado nesta semana por provedores regionais, o risco de desabastecimento de equipamentos ópticos no mercado doméstico foi minimizado pelas fabricantes de materiais com produção no Brasil.
Ao TELETIME, tanto Prysmian quanto Furukawa informaram estoques de fibra óptica em dia. Nas empresas, medidas de mitigação (como fornecedores alternativos de insumos) foram tomadas para garantir a produção nas plantas locais e minimizar impactos da alta no custo do frete com a Ásia.
As duas fabricantes, contudo, fizeram um alerta para provedores que atuam com cadeia de fornecimento pouco diversificada. "Nos últimos tempos, o mercado brasileiro tem dado muita prioridade para compras baseadas puramente em preço. Se esse fornecedor tem um problema lá [em seu país de origem], quem está aqui sofre", pontuou o VP de telecom para América Latina, Marcelo Andrade.
Segundo ele, nos primeiros meses de pandemia em 2020, uma ruptura de produtos ópticos chegou a ocorrer no Brasil após um dos grandes players chineses interromper produção em Wuhan. "Os fornecedores que produzem 10% e importam 90% ou que importam 100% devem estar sofrendo um pouco mais", completou o diretor adjunto de vendas da Furukawa, Celso Motizuqui. Já na empresa, 90% dos pedidos de provedores regionais têm sido entregues dentro do prazo, de acordo com o executivo.
Ritmo
No fim de 2020, a Furukawa chegou a alertar que o Brasil estava inundado de produtos excedentes do mercado asiático; segundo a fabricante, esse cenário não existe mais. "Estávamos vivendo um momento atípico, com muita sobra de fibra na China e na Ásia e os preços muito abaixo do custo", afirmou Motizuqui. Segundo ele, com a dinâmica atual, a tendência é que os preços de produtos nacionais e importados se aproximem.
Uma das razões para tal é o aumento do apetite global por equipamentos de telecom, impulsionado por grandes projetos nos EUA, além da demanda da China. "Há uma recuperação geral de consumo lá fora, e não apenas de cabos ópticos", notou Marcelo Andrade. De forma geral, Prysmian e Furukawa apostam também na alta da demanda interna brasileira – tanto que ambas concluíram recentes expansões em suas estruturas de produção local.