Representantes da União Europeia (UE) estão pressionando plataformas de streaming como o Netflix para reduzir a transmissão de vídeos em alta qualidade para, supostamente, evitar uma sobrecarga na rede – ou seja, prevenir a Internet de "quebrar". Segundo a premissa da entidade, o aumento do consumo de vídeo por conta da pandemia do novo coronavírus (covid-19) poderia comprometer a rede e prejudicar a infraestrutura e outros serviços, como o trabalho remoto, educação a distância e telemedicina.
No final da tarde desta quinta-feira, 19, a Netflix concordou com o pedido e disse que irá reduzir em 25% o consumo de tráfego na Europa por 30 dias. Segundo a provedora de conteúdo over-the-top (OTT), a intenção é reduzir o bitrate dos vídeos, enquanto ainda mantém uma "boa qualidade de serviço para os clientes", segundo a imprensa internacional.
A pressão veio do comissário Thierry Breton, responsável pelo mercado interno da UE, afirmou na quarta-feira, 18, que conversou por telefone com o CEO da Netflix, Reed Hastings, sobre o assunto, mas sem informar se houve algum compromisso por parte da empresa over-the-top.
"Para lidar com o covid-19, nós ficamos em casa. Teletrabalho e streaming ajudam muito, mas as infraestruturas podem estar sob estresse. Para assegurar acesso à Internet para todos, vamos mudar [o vídeo] para a definição padrão quando o HD [alta definição] não for necessário", declarou Breton em um tweet na quarta-feira. Nesta quinta, em comunicado, ele disse que OTTs e operadoras têm "responsabilidade conjunta em tomar medidas para garantir o funcionamento suave da Internet durante a batalha contra a propagação do vírus".
Em comunicado enviado à emissora de TV norte-americana CNN, a Netflix disse que já ajusta a qualidade do streaming de acordo com a capacidade de rede disponível. Além disso, lembrou que utiliza redes de distribuição de conteúdo (CDNs) mais próximas ao usuário para permitir o menor consumo de banda na rede das operadoras. A emissora diz, porém, que as operadoras endossam o pedido da União Europeia.