Facebook contrata auditoria para investigar vazamento de dados de 50 milhões de usuários

Após denúncias de que a Cambridge Analytica teria explorado um aplicativo para utilizar sem consentimento dados de 50 milhões de usuários, o Facebook anunciou nesta segunda-feira, 19, que contratou uma auditoria digital independente para investigar o assunto. Segundo a rede social, a Cambridge Analytica, que prestou consultoria na campanha presidencial de Donald Trump em 2016, concordou em "ficar de acordo e bancar acesso completo aos sistemas e servidores". O funcionário da consultoria e fonte das informações, Christopher Wylie; e o professor Aleksandr Kogan, que criou o aplicativo "thisisyourdigitallife" em 2015, também foram solicitados a permitir a auditoria, embora apenas Kogan tenha aceitado "em acordo verbal".

A União Europeia afirmou também nesta segunda que irá conduzir uma investigação para averiguar a responsabilidade do Facebook no caso. O presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, disse que as alegações de mau uso dos dados são "uma violação inaceitável dos direitos de privacidade de nossos cidadãos". A autoridade independente de direitos de informação Information Commissioner's Office, do Reino Unido, também anunciou que investigará as acusações. Senadores como o republicano John Kennedy e a democrata Amy Klobuchar se manifestaram em redes sociais pedindo transparência ao CEO do Facebook, Mark Zuckerberg.

Na última sexta-feira, o Facebook baniu a organização após a revelação em reportagem do The New York Times de que o aplicativo usou uma brecha na política de privacidade da plataforma – embora 270 mil pessoas tenham baixado e instalado, o app permitia acesso a todos os contatos vinculados, levando ao alcance exponencial de 50 milhões de usuários. Os dados teriam sido usado não apenas na campanha de Trump, mas também na do senador Ted Cruz e na campanha para a saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit. A Cambridge Analytica ainda foi financiada pelo conselheiro da Casa Branca, Steve Bannon, além de investidores que apoiaram a campanha de Trump.

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Após o incidente, a rede social teria pedido para a Cambridge Analytica deletar os dados e relatórios, mas isso não teria acontecido. "Isso é parte de uma revisão completa interna e externa que estamos conduzindo para determinar a precisão das afirmações de que os dados do Facebook em questão ainda existem", diz a empresa no comunicado. "Se os dados ainda existem, seria uma grave violação das políticas do Facebook e uma violação inaceitável da confiança e compromissos que esses grupos fizeram", declara, direcionando o comentário inclusive a Wylie e Kogan. De acordo com o NY Times, a empresa chegou a pedir que o periódico norte-americano não usasse o termo "vazamento de dados", o que foi declinado.

O Facebook diz que está "agressivamente" investigando as denúncias e que permanece "vigorosamente" comprometido com as políticas para proteger as informações. Além disso, diz que a partir de agora vai instaurar um processo intenso de revisão em aplicações que pedem por certas informações. "Na verdade rejeitamos um número significativo de aplicativos neste processo. O app de Kogan não teria acesso permitido para dados detalhados de amigos hoje", alega a empresa.

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