Um dos grandes desafios que emissoras de TV e operadoras de TV paga terão quando decidirem levar a TV 3D para os usuários será a limitação de banda de suas redes de transmissão. O problema é que a transmissão de um canal full HD em 3D é, na prática, a transmissão de dois canais full HD. Com a melhor compressão disponível hoje (MVC – Multiview Video Coding), é possível ter um ganho de 30%, o que faz com que sejam necessárias taxas de 20 Mbps de banda para transmitir um canal 3D full HD, fora o que será necessário para a transmissão da interatividade e do canal móvel. Isso é mais do que é possível transmitir em um canal padrão de 6 MHz, utilizado no Brasil tanto pelas operadoras de TV paga quanto pelas emissoras de TV aberta e que comporta transmissões de vídeo de no máximo 19,4 Mbps. Hoje, a TV Globo aberta, por exemplo, transmite um canal full HD com uma taxa de 16 Mbps. Para transmitir sinais em 3D, teria que reduzir a qualidade. As operadoras de TV paga, por sua vez, estão transmitindo canais HD em 13 Mbps.
As operadoras de TV paga, como Net, estão expandindo a capacidade de transmissão de suas redes, passando a sua infraestrutura para redes HFC de 1 GHz e reduzindo a distância entre as fibras e a casa do assinate. As operadoras de TV via satélite podem ampliar o número de transponders. Mas as TVs abertas não têm de onde buscar mais capacidade das redes. Isso significa que, se a TV 3D vingar no Brasil, é possível que em 2016, quando os canais analógicos serão desligados e o espectro devolvido, haja uma pressão dos radiodifusores para ficar com estas frequências.
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