As discussões na Telexpo, já acaloradas com os clamores junto à Anatel para apressar a efetiva concorrência na telefonia fixa, ganharam mais um ingrediente com o alerta dos executivos da Intelig e Embratel sobre uma possível competição predatória das incumbents locais na longa distância inter-regional. O temor baseia-se na esperada extensão das vantagens oferecidas atualmente pelas operadoras locais para o tráfego de longa distância dentro de suas atuais áreas de concessão para as chamadas para outras áreas do País, quando puderem realizá-las. "Isso será um tiro no coração para as empresas de longa distância", diz Alain Rivière, vice-presidente de assuntos regulatórios da Intelig. As operadoras locais, segundo ele, deverão descontar os custos de interconexão na origem e terminação das chamadas, oferecendo preços imbatíveis. Estas tarifas absorvem 55% da receita da Intelig e 70% da receita da Embratel. Fernando Xavier diz que a Telefônica não será adepta de estratégias predatórias no mercado de longa distância. Porém, sobre as possíveis vantagens que operadora tirará na interconexão, limita-se a dizer que "as operadoras de longa distância tinham condições de analisar as regras de mercado quando assumiram suas concessões".