Foi publicada na edição do Diário Oficial da União (DOU) da última terça-feira, 18, um parecer do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) com a aprovação sem restrições da aquisição de 51% do capital da Eletronet pela Eletrobras.
A fatia majoritária da operadora de telecomunicações estava sob propriedade da LT Bandeirante, grupo de engenharia e participações no setor elétrico que detinha fatia da Eletronet outrora detida pela AES. A operação de venda do controle à Eletrobras havia sido comunicada ao mercado no final de dezembro.
À época, em fato relevante, a Eletrobras disse que o negócio visa a otimização de participações minoritárias, simplificação de estrutura, geração de valor e foco na disciplina de capital. O valor do negócio não foi revelado.
Assim que a transação for concluída, a Eletrobras terá 100% do capital da Eletronet, o que permitirá aproveitar "as sinergias comerciais através do cross-selling entre energia e transporte de dados (como data centers, provedores e Inteligência Artificial)".
Sem preocupações
Na análise sobre a operação assinada pelo superintendente-geral do Cade, Alexandre Barreto de Souza, e pelo coordenador-geral, Rodrigo Monteiro Ferreira, o órgão ressalta que a Eletrobras não atua no segmento de telecom, exceto pela participação na própria Eletronet, enquanto essa também não possui atividade no setor de energia.
Dessa forma, o Cade afirma que "tal integração vertical não suscita preocupações concorrenciais, uma vez que o Grupo Eletrobras não atua no mercado de telecomunicações e já compartilha, atualmente, infraestrutura de transmissão de energia para as atividades de telecomunicações, resultando meramente em reforço de integração vertical pré-existente".
Atualmente, a Eletronet oferece soluções de telecomunicação e conectividade por meio de serviços de transporte de dados e trânsito IP de alta velocidade para operadoras de telecomunicações, provedores de Internet e data centers. Ela conta com uma rede de fibra óptica com mais de 17 mil quilômetros em diversos estados do País.
Em 12 meses até junho de 2024, a empresa apurou receita de R$ 218 milhões e Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 82 milhões. A carteira é formada por mais de 390 clientes, entre empresas de telecom e tecnologia.