Foi lançada nesta quarta-feira, 19, a Aliança pela Internet Livre e Aberta na América Latina e Caribe (AIA-LAC). A proposta da organização é acompanhar e contribuir com os debates sobre regulação de plataformas na região latino-americana, algo parecido com que a AIA, liderada por Alessandro Molon, faz no Brasil.
Segundo a diretora executiva da AIA-LAC, Mercedes Aramendía, a Aliança pretende contribuir com a análise no setor, apresentando evidências e criando diálogos na tentativa de colaborar para que a Internet permaneça livre, neutra e continue a criar oportunidades na América Latina.
Ela destaca que na região, o debate sobre fair share (contribuição justa das big techs), que ela chama de network fees (taxa de rede), tem ganhado corpo, o que criou a necessidade de se ter uma organização que atue junto aos diversos governos e agentes latino-americanos para buscar diálogos.
"O debate sobre network fees vai derivando diversos projetos de lei e consultas públicas que tratam da criação de fundos de serviços universais com contribuições das empresas de tecnologia. Precisamos discutir isso melhor, inclusive as finalidades desses recursos. Queremos mostrar que a melhor forma de fazer é com colaboração. Não é estabelecendo cargas e obrigações para um setor. Importante destacar que não há uma falha de mercado que justifique a intervenção dessa forma", disse Aramendía.
"Entendemos que essa é a forma de buscar um ecossistema digital sustentável, sem obrigações e sem mais tributos. Não queremos barreiras que venham a inibir a inovação na nossa região e vamos sempre atuar em busca de intercâmbio, da criação de informações de qualidade, que facilitem aos atores do ecossistema a tomada das melhores decisões", prosseguiu.
Investimentos
Ela também argumentou que, hoje, as empresas de tecnologia investem em diversos insumos de infraestrutura, como construção de fibra óptica, de cabos submarinos, data centers, pontos de conexão, além de acordos de peering e estruturas de redes de CDN. "Isso são investimentos que dão forma e eficiência a rede", disse.
Além desses investimentos, Mercedes Aramendía destacou que cidadãos acessam a Internet para buscar os serviços que eles oferecem. "Todas as plataformas também fazem investimentos em conteúdos e tecnologia que ajudam a desenvolver todos os países, oferecendo novos serviços para os usuários. A economia digital gera um grande número de serviços e desenvolvimento para a região e para os cidadãos", afirmou.
Próximos passos
A ALAI-LAC já nasce com uma série de agendas nos próximos meses. Mercedes Aramendía disse que nos dias 26 e 27 a ALAI-LAC participará do Digital Latam Summit, em Madrid. Depois ainda em Madrid, participará no dia 28 da reunião do Centro de Estudos de Telecomunicações e Regulação da América Latina (CERTAL). E entre os dias 3 e 6 de março, estará no Mobile World Congress (MWC) de 2025, em Barcelona.
Aramendía também disse que o Brasil é estratégico na região, e que manterá um diálogo colaborativo com a organização irmã AIA-Br.