O relatório do BTG Pactual sobre práticas ESG (ambientais, sociais e de governança) no setor de telecom elegeu a Vivo como operadora brasileira de capital aberto mais avançada no quesito sustentabilidade. Iniciativas de logística reversa para resíduos sólidos e eficiência energética foram as principais razões.
"Nós vemos a Vivo como a operadora com o melhor programa de logística reversa, pois apesar de gerar uma grande quantidade de resíduos, a operadora recicla ou reaproveita quase a totalidade (97%)", afirmou o banco, em relatório publicado nesta semana. Segundo as informações, a operadora gerou 10,3 toneladas de lixo ao longo de 2019.
O volume da Oi no mesmo período foi ainda maior: 10,9 toneladas, com taxa de reciclagem e reaproveitamento de 79%. Este patamar foi considerado alto pelo BTG, que ainda assim apontou necessidade de aumento na proporção ou de diminuição da produção de lixo eletrônico.
Já a TIM registrou quantidade bem menor de resíduos (1 tonelada), uma vez que não é tão pressionada por redes fixas como as concorrentes. Na empresa, a taxa de reciclagem e reuso foi de 66% em 2019, mas integral quando considerados materiais perigosos. Sem capital aberto no Brasil, a Claro não foi avaliada.
Energia
No campo da eficiência energética, o BTG também destacou a Vivo, que atingiu em 2019 a marca de 100% da energia consumida oriunda de fontes renováveis. O montante inclui a compra no mercado livre de energia, a aquisição de certificados de energia renovável (I-REC) e projetos de geração distribuída.
"Apesar de estarem atrás da Vivo, TIM e Oi também têm importantes iniciativas relacionadas ao consumo de energia", lembrou o relatório. No caso da primeira, foi apontado que 50% da demanda em 2019 foi atendida por fontes renováveis, com meta de 70% até 2025 fixada em plano industrial. No entanto, a própria TIM afirmou que o indicador já rondava os 62% em setembro de 2020.
Já na Oi, a impressão do banco é que os 32% do consumo oriundos de matrizes limpas em 2019 devam se expandir rapidamente. Dados preliminares de 2020 já apontavam uma alta para 39%, sendo 8% através de geração distribuída. A empresa já divulgou intenção de chegar a 100% em dois anos.
"Grande parte do consumo de eletricidade da Oi vem de negócios que serão descontinuados, como a rede de cobre e serviços relacionados com a concessão. Até 2025, a empresa deve ser capaz de atingir 100% da energia proveniente de fontes renováveis", destacou o BTG Pactual – que, vale lembrar, é o principal candidato para adquirir o controle da nova empresa de infraestrutura criada pela operadora.
ESG
Além do quesito ambiental, as práticas ESG também englobam medidas sociais e de governança corporativa. O tema tem chamado atenção no mercado de capitais e atraído investidores focados em empresas aderentes à política. Ainda que operadoras de telecom estejam avançando na área, a avaliação do BTG Pactual é que o setor ainda está fora do radar de interessados na diretriz.