A Vivo considera que a proposta para edital do leilão de 5G colocada em consulta pública nesta semana pela Anatel "parece razoável". A operadora entende que, especialmente com a disposição de colocar mais capacidade na faixa de 3,5 GHz, o leilão traz um "bom sinal" para o caminho da quinta geração no País. Além disso, manifesta interesse na faixa de 700 MHz.
"O que vemos hoje é melhor do que [a proposta que] estava sendo discutida antes, e é um bom sinal para o 5G ter mais espectro em 3,5 GHz", disse o CEO da operadora, Christian Gebara, em teleconferência de resultados financeiros nesta quarta, 19. "Isso é bom porque no 5G precisamos de 80 a 100 MHz [de capacidade na faixa] no mínimo", complementa. A proposta acolhida pelo conselho da Anatel acatou a sugestão das teles e de broadcasters para adicionar 100 MHz na faixa de 3,625-3,7 GHz, o que não agradou o setor de satélites.
Além dessa frequência, o leilão, agora previsto para acontecer no final deste ano, terá ainda outras faixas. Gebara destaca a de 2,3 GHz "que pode ser necessária", embora não tenha dito algum propósito específico. Mas interesse no 4G. "Tem também o 700 MHz, que será em duas rodadas, e é bom saber que a Vivo poderá participar da segunda", afirma. Na regra do edital proposto pelo conselho da Anatel, a primeira rodada dará prioridade para empresas que não adquiriram porções na faixa em leilões anteriores – o que basicamente significa que dependerá do interesse ou não da Oi para acontecer uma segunda rodada.
A Anatel também deverá trazer mais capacidade para o 5G em ondas milimétricas na faixa de 26 GHz, mas o executivo não chegou a comentar especificamente sobre esse espectro. Contudo, lembrou que a quinta geração vai exigir maior densidade de antenas, e que o compartilhamento de infraestrutura (como o acordo com a TIM) poderão ajudar a endereçar essa questão.
Obrigações
Christian Gebara também avalia que é necessário aguardar enquanto a versão do final do edital é definida após a consulta pública. "Mas, até o momento, parece razoável. E parece ter obrigações, o que dá para fazer muito mais com a frequência do que [gastando] no preço do lance no leilão. Estamos trabalhando para otimizar o investimento para trazer mais conectividade no Brasil em vez de destiná-lo para a licença", diz.
A consulta pública da Anatel pode ser acessada clicando aqui.