Pico de tráfego de Internet no IX.br ultrapassa marca de 8 Tbps

Foto: Pixabay

Completando 15 anos de operação em 2019 e principal ponto de troca de tráfego (PTT) brasileiro, o IX.br (Brasil Internet Exchange) atingiu um novo pico de tráfego de Internet durante a semana passada, revelou o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto Br (NIC.br) do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).

"Hoje felizmente estamos ultrapassando os 8 Tbps, com o IX de São Paulo atingindo mais de 6 Tbps", afirmou o diretor de projetos especiais e desenvolvimento do NIC.br, Milton Kaoru Kashiwakura, durante a 9ª Semana da Infraestrutura da Internet no Brasil promovida pelo núcleo nos dias 11 e 12 de dezembro.

"Tudo isso ocorre graças à cooperação de todos os envolvidos, o que é muito importante em nosso ambiente. O peering entre as empresas leva a Internet à frente", prosseguiu Kashiwakura. Também foi destacado o papel de entidades como a Abranet, Abrint, Abramulti, Abinee, Internetsul, Redetelesul, SindiTelebrasil e Telcomp como impulsoras da troca de tráfego.

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O NIC.br ainda divulgou o crescimento anual de tráfego em alguns dos PTTs brasileiros. Entre os mais tradicionais, o aumento ficou na casa dos dois dígitos: 48,4% no Rio de Janeiro, 48,3% em Porto Alegre e 36,5% em São Paulo. Já os pontos mais novos mostraram um crescimento muito superior, com Belo Horizonte alcançando uma taxa de 228,6% e Londrina, 177,8%.

Em relação ao número de sistemas autônomos (as redes que compõem a Internet), no começo de dezembro de 2019 havia 7.425 ASNs distribuídos no Brasil – um aumento de 940 ao longo do ano. Considerando o crescimento de ASNs, Fortaleza se sobressaiu, registrando um aumento de 75% em 2019.

Em contrapartida, em São Paulo quase não houve alteração no número de participantes: apenas 27 novos ASNs foram conectados durante o ano. Isso aconteceu devido à uma dificuldade de alocação de novos endereços IP /21 na rede paulista: com 2.048 endereços IPv4 disponíveis, 60 são alocados para uso interno (roteador, servidor, entre outros) do IX.br e 1.988 estão alocados para os participantes.

"Atualmente, para ativarmos um participante em São Paulo precisamos desativar outro, o que nos deixa em uma posição de mudanças constantes – só este ano, foram feitas mais de 400 alterações. A ideia é iniciar, em janeiro de 2020, uma mudança de máscara para /20 (4.096 endereços IPv4), o que dobrará a quantidade de endereços disponíveis, sem causar transtorno algum para os IPs já utilizados", afirmou o supervisor de operações do IX.br, Antonio Galvão Rezende.

"Já temos mais de 30% do tráfego brasileiro ocorrendo em IPv6 e é muito importante acelerar essa adoção", complementou Milton Kashiwakura.

Custos

O NIC.br também comentou medidas de recuperação de custos operacionais do IX.br e de combate à inadimplência no processo de troca do tráfego. "Apesar de a inadimplência não resultar em desligamento imediato, os ASNs que não pagarem ficarão em uma lista de devedores junto ao IX.br e poderão ter os serviços solicitados não atendidos", alertou o gerente de infraestrutura do IX.br, Julio Sirota.

No geral, o processo de recuperação de custos operacionais do IX.br já teve início, visando conferir autonomia financeira operacional nos principais PTTs. A ideia, desde o início, é passar a cobrar a recuperação de custos para localidades com mais de 1 Tbps.

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