Fator Brizola ainda pode interferir na política do Minicom

É praticamente certo que o Ministério das Comunicações ficará com o PDT, e o escolhido por Lula para ocupar a pasta é o deputado carioca Miro Teixeira. Mas algumas variáveis ainda podem interferir nessa questão: ainda há tensão entre o ex-governador Leonel Brizola e o deputado indicado por Lula. Miro estaria decepcionado com o veto do ex-governador ao seu nome e por isso estaria se articulando para mudar, com toda a sua experiência parlamentar, para a legenda do PT. Esta "ameaça" pode ser o argumento definitivo para convencer Brizola a dar o sinal verde para o deputado assumir o Minicom. Caso Teixeira deixe o PDT, então certamente não será o titular do ministério, que está na quota do partido. Miro Teixeira seria, então, um forte nome petista para os cargos de liderança na Câmara, pois o PT, com o resultado das eleições e montagem do Executivo, perderá lideranças importantes como os deputados Jaques Wagner (provavelmente será Ministro do Trabalho), José Genoíno (candidato derrotado ao governo de São Paulo), Aloísio Mercadante (que vai para o Senado) e José Dirceu (que será ministro chefe da Casa Civil). O trânsito de Miro Teixeira entre os diversos partidos políticos e sua capacidade de negociação o credenciam para ser o líder do governo no Congresso, por exemplo, sendo que isso pode acontecer mesmo que Miro não saia do PDT.

Sem verticalização partidária

José Dirceu, principal articulador político do novo governo, tem assegurado a interlocutores que nos acordos que estão sendo firmados com os partidos aliados para ocupação dos cargos do governo, não existe verticalização partidária em nenhum ministério, inclusive os que o cargo de ministro é ocupado por um petista. Isso significa que o PT está negociando inclusive os cargos de segundo escalão e a direção de empresas estatais e autarquias a eles ligadas. Com isso, mesmo sendo indicado um ministro das comunicações do PDT, algumas das secretarias do Minicom, como a importante secretaria de serviços de radiodifusão, que controla das outorgas dos serviços e a comissão de licitação dos serviços de rádio e TV, poderia estar reservada para um outro partido, certamente o próprio PT, assim como a direção dos Correios poderia ir para outro aliado. Na semana passada, o deputado Walter Pinheiro afirmou que nenhum ministro, mesmo sendo de outro partido, terá autonomia para "fazer o que quiser". Ou seja, precisa estar em sintonia com o Programa de Governo da coligação vencedora. Pinheiro lembrou ainda que Lula vai promover constantes reuniões ministeriais em que será cobrado dos dirigentes o cumprimento de metas estabelecidas pelo governo.

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