BNDES aprova empréstimo de R$ 4,4 bilhões para Oi

O BNDES anunciou nesta quarta-feira, 18, a aprovação de um financiamento no valor de R$ 4,4 bilhões para a Oi. Desde a aquisição da Brasil Telecom (BrT), bancos públicos já aprovaram empréstimos de mais de R$ 11 bilhões ao grupo Oi e seus controladores. O Banco do Brasil financiou a empresa em R$ 4,3 bilhões na forma de cédulas de crédito bancário (CCB) em meados de 2008 para a compra da BrT. Também no ano passado o próprio BNDES emprestou R$ 2,57 bilhões para o processo de reestruturação da companhia, dos quais R$ 1,33 bilhão foi diretamente para os controladores privados Andrade Gutierrez e La Fonte. Do lado dos bancos privados houve financiamento de R$ 5,6 bilhões em notas promissórias no ano passado para a aquisição da BrT em duas operações coordenadas pelo Bradesco e pelo Itaú.
Vale lembrar que o BNDES é um dos acionistas do bloco de controle da Telemar Participações (TmarPart), holding do grupo Oi, com participação acionária de 16,86%. O Banco do Brasil, por sua vez, é patrocinador da Previ, fundo de pensão que detém 12,96% das ações com direito a voto na TmarPart. O controle do grupo Oi, contudo, está nas mãos da iniciativa privada: Andrade Gutierrez, La Fonte (LF Telecom) e Fundação Atlântico (fundo de pensão da Oi) possuem juntos 50,18% da TmarPart.
Prioridades

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O financiamento anunciado nesta semana será desembolsado entre 2009 e 2011. O prazo para pagamento será de nove anos e o custo anual será de TJLP + 3,95%, com carência de dois anos. O dinheiro será usado principalmente na ampliação e modernização das redes fixa, móvel e de dados da operadora no Brasil inteiro. Servirá também para ajudar a concessionária no cumprimento de metas regulatórias, como a obrigação de levar banda larga para 28 mil escolas públicas em centros urbanos do País até 2013. Dos R$ 4,4 bilhões aprovados, R$ 3,2 bilhões serão usados nas redes da Oi e R$ 1,39 bilhão na BrT. A expectativa é de que o grupo Oi invista ao todo R$ 12,3 bilhões até 2011.
Nos últimos 11 anos, o BNDES já aprovou R$ 29,4 bilhões em financiamentos para empresas do setor de telecomunicações. O banco argumenta que o setor é o segundo maior empregador e o maior gerador de primeiro emprego do País (graças ao setor de call center). A Oi sozinha recebeu até hoje R$ 6,7 bilhões do banco e a BrT, R$ 6,135 bilhões. Cerca de 3% a 4% do orçamento anual do BNDES é destinado ao setor de telecomunicações.
Endivididamento
No fim do terceiro trimestre, a dívida bruta da Oi era de R$ 28,55 bilhões, cerca de R$ 1 bilhão a menos que no fim do trimestre anterior. A dívida líquida em 30 de setembro era de R$ 21,43 bilhões, o que representava 2,1 vezes o Ebitda recorrente dos últimos 12 meses.
Na opinião do analista Eduardo Roche, do Banco Modal, o endividamento da companhia é alto, mas perfeitamente gerenciável. Ele acredita que essa alavancagem comece a baixar gradativamente ano que vem, conforme a empresa colha os frutos financeiros da sinergia com a BrT.
Pressão
A questão da pressão financeira sob a qual a Oi ficou submetida depois da fusão com a Brasil Telecom foi abordada em reportagem da edição de outubro da Revista TELETIME. A íntegra da reportagem está disponível em www.teletime.com.br/Revista.aspx?ID=156015 . O mesmo assunto foi abordado em editorial da revista TELETIME de um ano atrás, que alertava para o preço que teria que ser pago pela fusão, sobretudo após a desvalorização dos papéis da BrT em bolsa e da complicada conjuntura econômica que se desenhava com a crise financeira global.

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