A Vivo (Telefônica Brasil) completou 25 anos listada na bolsa de valores brasileira (a atual B3) em meio a um reposicionamento como "empresa de tecnologia" que já gera mais receitas do que a original concessão de telefonia fixa da tele.
O cenário foi apontado pelo comando da operadora durante evento realizado na B3 nesta quarta-feira, 18, em São Paulo. Na ocasião, a empresa do grupo Telefónica destacou a marca de R$ 530 bilhões investidos no País desde a compra da Telesp na privatização do sistema Telebrás em 1998; os valores são corrigidos e consideram aquisições.
O momento, contudo, seria de replanejamento dos aportes em infraestrutura e maior foco em outras verticais, a partir da plataforma de conectividade já montada. "A empresa já decidiu crescer em outras áreas, se transformando de uma empresa que era de telecomunicações para uma empresa de tecnologia", declarou o CEO da Vivo, Christian Gebara.
O executivo notou que nos resultados do segundo trimestre, mais de 6% da receita da tele veio de serviços digitais B2B como cloud, IoT, equipamentos para empresas e cibersegurança. O patamar superou o faturamento no período com voz fixa e redes de cobre (aDSL), que representam outros 6% do negócio. Vale lembrar que a Vivo é ainda líder brasileira do mercado móvel e em acessos de fibra óptica.
O mesmo crescimento de serviços digitais ocorreria no mercado de varejo. "O Vivo Money representa mais de R$ 100 milhões por trimestre, ou R$ 400 milhões no ano e 1% do nosso resultado. Se pensar na venda de entretenimento, são 2,4 milhões de clientes que compram Netflix, Globoplay, Tidal ou Spotify através da Vivo", destacou Gebara.
"A margem [dos serviços digitais] é menor? Sim, mas não tem capex. Então é uma nova maneira de enxergar o nosso negócio que não é só necessariamente 'faça investimento, conecta um cliente e cobre por essa conexão'. Isso continua sendo vital para o nosso crescimento, mas se soma a novos serviços que vão complementar a visão de ecossistema digital", completou.
Além do entretenimento e do setor financeiro, a Vivo também tem apostado em setores como educação e saúde, inclusive a partir de aquisições – que seguem como uma das possíveis estratégias para a entrada em novos segmentos.
Na Bolsa
Na B3, Gebara também destacou a posição da Vivo como uma das companhias com mais acionistas individuais no País (1,7 milhão) e a média de 100% do lucro líquido anual distribuído na forma de dividendos e juros sobre capital próprio nos últimos dez anos.
"O dividend yield médio ficou acima de 7%", diz Gebara. Isso mostra o compromisso da empresa com a maximização do retorno a milhares de acionistas, entre pessoas físicas, jurídicas e institucionais", afirmou o CEO.
"Há 25 anos, a Vivo iniciou a sua jornada no mercado de capitais com seu IPO e hoje volta à B3 para celebrar uma história de sucesso. Essa longa parceria reforça o importante papel das empresas listadas no desenvolvimento do mercado de capitais em nosso país e o compromisso da B3 em apoiar as empresas e viabilizar a captação de recursos para fortalecer e expandir os negócios", completou o presidente da B3, Gilson Finkelsztain, em comunicado.