Vivo decide investir menos em legado

Como parte da estratégia digital da Vivo, a empresa planeja expandir a infraestrutura de rede para concentrar mais investimentos em LTE e fibra, deixando menos recursos para tecnologias como 2G, 3G e cobre. "Os R$ 8 bilhões (que a companhia investe) a cada ano (de Capex) dependem de onde você investe, por isso não vamos quase investir mais nos legados", declarou o presidente Amos Genish em coletiva de imprensa nesta terça, 18, na Futurecom. De saída da operadora (ele será substituído por Eduardo Navarro em janeiro de 2017), o executivo afirmou que pretende fazer atualização da rede de cobre para a arquitetura de fibra até o armário (FTTc), além de expandir o GPON e passar a aproveitar a fibra para oferecer VoIP. "Para quem tem cobre (xDSL), 30 ou 40 Mbps é um aumento sensível", disse ele. "Vamos aumentar também o FTTH e o backbone", completou, sem especificar metas ou regiões onde pretende avançar nessa infraestrutura.

A ideia é aproveitar a demanda para aumentar a receita de dados. Durante apresentação, Genish ressaltou por diversas vezes o momento crítico de queda de receitas de voz – segundo ele, mesmo com a receita dos dados compensando, o total de receitas da operadora fica estável, mas, com a diferença de inflação, acaba tendo um impacto negativo na operadora. "Em termos reais, perdemos bilhões em receita a cada ano no setor."

Tudo passa pela convergência. Na opinião do executivo, em cinco anos "as operadoras no mundo todo terão dificuldades de cobrar (telefonia) por minutos", e a saída seria adotar uma tarifa só por todos os serviços convergentes. "Acima disso, precisamos criar nova fonte de receita baseada em inovações para permitir que haja tendência mais positiva", ressalta.

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Big data

A estratégia de transformação digital inclui o uso de big data para impulsionar os negócios. A Vivo acredita ter um "tesouro" de informações de usuários que as over-the-tops (OTTs) não têm, além do relacionamento direto com o cliente por meio da conta ou do billing pré-pago. "Temos ARPU, mobilidade, experiência de rede, dados sócio-demográficos, atendimento, rede social e mais para entender e ter visão 360 graus do nosso cliente", destaca. Com isso, o presidente da operadora diz ter aumentado o setor de data analytics em 18x, com plano de aumentar 25x até 2019, e o número de especialistas em big data aumentou de dois para 40, prevendo chegar a 65 no final do período.

Amos Genish garante que no caso do uso das informações para publicidades de terceiros, como na plataforma móvel Vivo Ad, os usuários precisam aceitar as condições (opt-in) para compartilhamento. "Ninguém que não aceita isso participa." Já para serviços internos, contudo, ele diz poder usar todos os dados dos clientes.

O big data será usado também em conjunto com o machine learning. Genish acredita que será possível aumentar a predição de churning – atualmente a precisão é de 85%, e passará para 90%, com uma antecipação de até três meses antes de o usuário desconectar.

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