A Nokia divulgou nesta quinta-feira, 18, os resultados do balanço referentes ao segundo trimestre de 2024. Em razão de mais um período desafiador na divisão de redes móveis e da implementação em ritmo mais lento do 5G na Índia, a multinacional finlandesa apurou queda nas vendas líquidas de 18%, somando 4,46 bilhões de euros (em torno de R$ 27 bilhões).
Com os resultados, a empresa quase repete o primeiro trimestre do ano, quando a receita teve queda de 20%. Dessa forma, as vendas líquidas tiveram baixa de 19% no acumulado do primeiro semestre, totalizando 8,91 bilhões de euros (R$ 53,9 bilhões).
Foi neste cenário que a Nokia viu o lucro operacional no trimestre cair 8%, para 432 milhões de euros (R$ 2,61 bi). Nos seis meses entre janeiro e junho deste ano, a queda foi um pouco menor (-6%), para 836 milhões de euros (R$ 5,05 bi).
Dinâmica desafiadora
De acordo com o presidente e CEO da Nokia, Pekka Lundmark, o impacto mais significativo na receita do trimestre veio justamente da Índia, que representou 75% da retração (ou três quartos). No segundo trimestre de 2023, o país viveu o auge da implantação do 5G, o que puxou o balanço naquele período.
O executivo disse, também, que a dinâmica continua "desafiadora", uma vez que as operadoras ainda estão receosas quanto a novos investimentos. "No entanto, houve uma atividade significativa de licitações de clientes e ganhamos vários negócios este ano. Isso incluiu a conquista de novos clientes, como a MEO em Portugal, e o aumento de nossa presença com clientes existentes, demonstrando a força de nossa oferta de produtos", declarou o CEO.
Neste sentido, a empresa também concluiu as negociações com a AT&T relacionadas a contratos de RAN, o que gerou um benefício estimado em 150 milhões de euros tanto nas vendas líquidas, como no lucro operacional em redes móveis.
Redes móveis
A divisão de redes móveis foi aquela com o pior resultado entre as áreas da empresa, com um tombo de 25% nas vendas líquidas, para 1,97 bilhão de euros (R$ 1,19 bi) no segundo trimestre de 2024.
No mesmo sentido, a divisão de serviços de rede e cloud apurou recuo de 17% nas vendas, com 615 milhões de euros (R$ 3,72 bilhões), um reflexo das vendas menores em cada um de seus negócios. A empresa reporta que a área foi impactada pela transferência de ativos de gerenciamento de dispositivos e serviços, concluída no início de abril.
Na parte de infraestrutura de rede, a baixa foi um pouco menor (-11%), para 1,52 bilhão de euros (R$ 9,20 bilhões). De acordo com a companhia, assim como no primeiro trimestre, a demanda continuou a melhorar nos últimos três meses, com aumento nas vendas líquidas.
"A entrada de pedidos mostrou o terceiro trimestre consecutivo de melhoria, com um crescimento sólido na entrada de pedidos ano a ano", ponderou a empresa. Além disso, a Nokia lembrou o acordo firmado em 27 de junho para a venda de seu negócio de redes submarinas ao governo da França.
Ainda assim, a baixa foi influenciada pela queda de 18% nas redes ópticas, com receitas de 405 milhões de euros (R$ 2,44 bilhões), "pois o ritmo de recuperação do mercado óptico continua mais lento do que o restante dos mercados de infraestrutura de rede".
Por fim, a Nokia Technologies, divisão focada em produtos e licenciamento de tecnologias, ajudou a amenizar os prejuízos. Na base de comparação anual, a divisão fechou com aumento nas vendas líquidas de 7%, somando 356 milhões de euros (R$ 2,15 bilhões).
A empresa afirma que o resultado se deve a acordos de renovação de licenças com a Vivo e Oppo, marcas chinesas de smartphones. "O trimestre também se beneficiou de vendas líquidas mais altas nos setores automotivo e de eletrônicos de consumo, incluindo uma quantidade modesta de vendas líquidas de recuperação", diz.