Em meio aos resultados desafiadores dos últimos trimestres, grandes fornecedoras da cadeia de telecomunicações como Nokia e Ericsson têm aprofundado seus programas de cortes de funcionários, visando um equilíbrio de custos nas operações.
Na finlandesa Nokia, que publicou nesta quinta-feira balanço do segundo trimestre de 2024, segue em implementação um plano de 14 mil demissões iniciado há dez meses: desde o início do programa, cerca de 6 mil funcionários já foram cortados globalmente.
"Passamos de cerca de 86 mil funcionários no final do terceiro trimestre do ano passado para menos de 80 mil, e a maior parte dessa redução ocorreu nas redes móveis", afirmou o CEO da Nokia, Pekka Lundmark, em call com jornalistas nesta quinta-feira, 18, reportada pelo portal Light Reading.
O número ainda deve ser aprofundado. Na época do anúncio dos cortes, a empresa divulgou meta de chegar entre 72 mil a 77 mil colaboradores em todo o mundo, a partir da reestruturação. No plano, a empresa mira uma redução de despesas com pessoal que varia entre 10% a 15%.
No caso da Ericsson, a companhia já eliminou mais de 7 mil funcionários em cerca de um ano e meio. Em fevereiro de 2023, a empresa divulgou um plano para eliminar 8,5 mil postos de trabalho, após encerrar 2022 com 105 mil colaboradores no mundo.
Boa parte dessa iniciativa já foi posta em prática. No balanço divulgado na última semana, a Ericsson confirmou que o número de colaboradores caiu para 97,9 mil em junho.
As políticas estão em implementação em período desafiador para fornecedores de infraestrutura de telecom. No segundo trimestre de 2024, a Nokia registrou queda de 18% nas vendas líquidas. Boa parte disso ocorreu nas redes móveis, com um tombo de 25% nas vendas do período.
Ainda janela entre abril e junho de 2024, a Ericsson reportou um recuo de 7% nas vendas líquidas. Neste caso, ainda houve prejuízo líquido no período, de 11 bilhões de coroas suecas (cerca de US$ 1 bilhão).
(Colaborou Henrique Julião)