Instituições financeiras estão perdendo o medo de abrir APIs para desenvolvedores

Pouco a pouco, as instituições financeiras estão perdendo o medo de abrirem APIs para terceiros criarem aplicações conectadas aos seus sistemas. “O modelo de negócios em APIs é colaborativo, com o banco dando espaço para o terceiro. Ele não é um modelo de competição. Eles (terceiros) ajudam a criar novas aplicações, novos negócios”, explicou Sajal Mukherjee, líder de transformação global em bancos da IBM, durante breve passagem nesta quinta-feira, 18, no CIAB-Febraban, evento que discute em São Paulo a tecnologia do setor financeiro. Muhkerjee deu como exemplo, uma pesquisa da Gartner que aponta que até 2016 aproximadamente 50% da colaboração B2B vai funcionar através das APIs.

Notícias relacionadas
O discurso do indiano foi enfatizado por Renato Mulinari, gerente de mobile do Banco do Brasil. “Agora a gente não está mais sozinho neste mundo”, disse, citando novos modelos de pagamentos móveis como AliPay, PayPal e Google Wallet. “Há oportunidade de juntar experiências e conhecimento. Eles (desenvolvedores e empresas de tecnologia) não têm clientes bancários. Nós temos”, comparou.

O indiano lembrou casos de uso de APIs de sucesso, como a construção de ecossistema de apps do Polish Bank, sistema integrado de custos do Barclay Card API e a plataforma Zillow, que permite ao usuário pedir empréstimos para comprar ou alugar imóveis nos Estados Unidos. “Todas as limitações de um banco começam a desaparecer com as APIs e com essas parcerias”, completa o indiano

Aplicativos

Sobre a outra parte importante na economia digital, os apps, Sarjal Muhkerjee aponta que é necessário entender que API e os serviços mobile são diferentes. “Elas não são exatamente a mesma coisa (serviços e APIs). A API não é uma tecnologia sozinha. Você precisa dos serviços estabelecidos (backoffice, Big Data e CRM) para construir a API, mas também precisa de APIs para construir os apps”, explicou o executivo.

“O principal consumidor das APIs são os apps”, completa Mulinari. “O cliente é o mesmo, mas ele está em contexto diferente. Se ele usa um app, eu preciso ter CRM, Big Data e localização para começar a entendê-lo”. Ele recorda que dois anos antes, no mesmo Ciab-Febraban, a discussão era se os apps seriam uma “tendência”, e hoje elas são uma realidade.

Para Renato Puig, responsável pelos canais online do Santander no Brasil, as fronteiras entre apps e empresas já foram ultrapassadas, sendo que as aplicações tornaram-se uma realidade que as companhias precisam encarar. “Com o conceito de apps as fronteiras das empresas estão sendo extrapoladas. Hoje não é preciso mais falar sobre a possibilidade de crescimento em apps. Ela já existe”.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!