Publicidade
Início Teletime Para Abes, motivo do governo para ter acesso ao código fonte dos...

Para Abes, motivo do governo para ter acesso ao código fonte dos softwares não está claro

O presidente de Associação Brasileira de Empresas de Software (Abes), Jorge Sukarie, disse nesta quarta-feira, 18, que ainda está querendo entender por qual motivo o governo quer acesso ao código fonte de equipamentos e softwares para poder adquirir os produtos. "Talvez o argumento hoje sejam as denúncias de Edward Snowden sobre a vigilância da NSA [agência de segurança nacional dos Estados Unidos], mas o fato é de que essa exigência vem sendo comentada antes das conversas sobre backdoors", disse.

Notícias relacionadas
Na semana passada, a Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI), do Ministério do Planejamento, realizou audiência pública para debater os critérios de auditoria dos equipamentos e softwares a serem comprados pelo governo, conforme estabelece decreto que trata da segurança da informação dos órgãos da administração federal. Segundo Sukarie, obrigar as empresas a entregar o código fonte é um desincentivo a investimentos em inovação, em novas tecnologias. "Esse é o ponto que nos preocupa. A gente precisa entender melhor o que eles querem com o acesso ao código fonte para que possamos apresentar alternativas", disse.

Para o presidente da Abes, dar acesso ao código fonte dos equipamentos e software é o mesmo que entregar o coração da uma empresa na mão do governo. "Na verdade, há interlocutores que estão hoje no governo, mas que amanhã podem não estar. Isso é complicado", declara. Ele lembrou que a privacidade dos dados com que trabalham é um grande bem para qualquer empresa, mas não descartou a possibilidade de uso de backdoors.

Desoneração

Sukarie protestou contra o aumento da desoneração da folha de pagamentos, anunciado pelo governo, mas que ainda depende de nova apresentação ao Congresso Nacional, uma vez que a Medida Provisória editada com esse objetivo foi devolvida pelo Senado. "O nosso setor, até por estar desde o início, participar das discussões, ter se envolvido e se engajado, foi um dos setores que a gente entende ter gerado arrecadação maior do que antes", afirmou, contradizendo as projeções do governo, que apontam só para prejuízos com o programa.

De acordo com o presidente da Abes, o setor de TI assegurou um superávit de quase R$ 1 bilhão ao governo, levando em conta o crescimento que o setor teve nesses três anos, de 2011 para cá, a formalização de empregados e empresas, além dos impostos adicionais, sem falar na criação de empregos. "As contas da Receita Federal se resumem a comparar o que foi arrecadado com os 20% sobre a folha de pagamento que eram recolhidos para o INSS", disse.

O setor de TI paga, atualmente, 2% sobre o faturamento bruto ao INSS, em vez dos 20% sobre o salário de cada empregado. A proposta do governo é de elevar esse percentual para 4,5%.

Berzoini

Além de visitar a SLTI, a Câmara dos Deputados e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Sukarie esteve também com o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, para apresentar o tamanho e a importância do setor e a ligação com o setor de telecomunicações e colocar a entidade à disposição para discutir os temas relevantes, como segurança da informação pública, privacidade de dados e regulamentação do Marco Civil da Internet, infraestrutura e nuvem.

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Sair da versão mobile