A taxa de crescimento composto anual (CAGR) da receita do setor de telecomunicações na América Latina será de 3,3% entre 2012 e 2017, saindo de um total de US$ 142 bilhões no ano passado para US$ 167 bilhões daqui a quatro anos. Somente os serviços móveis serão responsáveis por 80% desse avanço. O destaque fica para o Brasil, que é o maior mercado de telecom da América Latina em termos de receita no varejo, gerando US$ 62 bilhões em 2012, ou 43,6% do total na região. Aliás, o setor brasileiro é o quarto maior do mundo, atrás apenas de Estados Unidos, China e Japão.
O levantamento divulgado nesta segunda, 18, é da Analysys Mason, que prevê ainda uma CAGR de 4,8% nas receitas da telefonia móvel, incluindo maior uso de dados no handset e serviços de banda larga móvel. Enquanto isso, a receita dos serviços fixos mostra uma quase estagnação: crescimento de 1,4% até 2017.
A Analysys Mason credita a previsão ao grande crescimento da banda larga móvel, que deverá ser de 15,8% no período. Os dados móveis em geral, incluindo 2G, deverão crescer 12,6%, enquanto a Internet fixa crescerá 6,6%. Os três serviços corresponderão juntos a quase 90% das receitas das operadoras até 2017. A empresa diz que haverá na América Latina um aumento no interesse por dispositivos e serviços de maior valor, como smartphones e banda larga móvel. A companhia cita o crescimento da classe média brasileira como exemplo.
Mudança de cenário
Os smartphones serão metade do total de handsets em 2017 na América Latina, o que deverá mudar o cenário atual: os serviços de voz (tanto móvel quanto fixo) ainda são predominantes na região, correspondendo a 60% do total de receitas no varejo em 2012. A previsão é que essa participação caia para 50% em 2017.
O número de conexões móveis ativas vai aumentar também, saindo dos atuais 672 milhões para 830 milhões até o final de 2017. A penetração da telefonia móvel subirá de 111% para 131% no período, com Argentina, Brasil e Chile com taxas acima de 150% daqui a quatro anos.
A CAGR de pré-pagos será de 3% na previsão, contra 6,9% de crescimento no pós-pago. A Analysys Mason explica que isso é parcialmente por conta de cortes nas tarifas de interconexão, que deverão reduzir a necessidade de múltiplos SIMcards para um único usuário.