Vídeo é 60% do tráfego total do BitTorrent, diz CEO

De todos os arquivos trocados pela plataforma de distribuição BitTorrent (a mais importante plataforma de P2P), 60% são vídeos. A informação é do CEO da BitTorrent, Eric Klinker, que participou do Congresso do Web Expo Fórum 2010 nesta quinta-feira, 18, em São Paulo. Entre os vídeos trocados, 46% são de filmes e programas de TV e 14% são vídeos de conteúdo adulto. "Os vídeos mais procurados são os de alta definição", conta Klinker, lembrando que esse tipo de arquivo costuma ter mais de 1GB, e que o BitTorrent funciona melhor para arquivos maiores.
O restante do material trocado é composto por jogos e software (14%), músicas (10%), livros e gadgets (1%), imagens (1%) e outros sem classificação (14%).
Apesar da intensa troca de vídeos que acontece na Internet, "aproximadamente 99% dos vídeos assistidos nos Estados Unidos ainda são vistos na TV; mas a expectativa é que isso mude conforme os vídeos estejam disponíveis para outros devices", diz Klinker.

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Pirataria
Conhecido especialmente por ser uma plataforma que facilita a troca (e a pirataria) de conteúdo, o BitTorrent tem se esforçado para melhorar a sua relação com os produtores de conteúdo. "O BitTorrent e a própria Internet são vistos como o demônio encarnado pela mídia", conta. "Mas somos uma empresa de software. Não temos relação com os sites que publicam conteúdo".
Klinker conta que a empresa tem feito uma adaptação de seu "ecossistema" para os "publishers". A ideia é que eles tenham todo o controle sobre a disponibilização do conteúdo, acesso direto aos mais de 70 milhões de usuários ativos mensais do BitTorrent, acesso aos grupos por afinidades, melhores estatísticas e uso da capacidade de banda proporcionada pela contribuição dos usuários.
O CEO da empresa revela ainda que as negociações com alguns grupos de mídia estão bastante adiantadas. "Já no mês de abril deveremos lançar as primeiras experiências com conteúdos em parceria com publishers", comemora Kinkler.
Copo meio-cheio
Ele também coloca a ferramenta como uma boa solução para quem está sedento por audiência. "Faça as pessoas gostarem do seu conteúdo, e a 'monetização' vira em seguida", diz, lembrando cases de bandas como o Radiohead, que oferecem seu conteúdo gratuitamente na Internet e depois realizam ações e lançam produtos pagos para os fãs.
"Escuto falar que este é o fim do mundo da mídia, mas a bilheteria do cinema está crescendo, por exemplo. Em 2005, a bilheteria global foi de US$ 23,1 bilhões, e em 2009 US$ 29,9 bilhões". Ele lembra que os gastos com home video, por outro lado, estão caindo, e que os consumidores estão frustrados com a lentidão das mudanças na mídia. "Você pode encarar todo o cenário como um copo meio cheio ou meio vazio", ilustrou.
Para o consumidor, a ferramenta P2P deve tornar-se ainda mais atrativa. A empresa tem planos para deixá-la mais acessível e oferecer interface baseada na Internet, com acesso seguro a partir de qualquer tipo de device e streaming de vídeo.
Público
O BitTorrent possui atualmente mais de 70 milhões de usuários mensais ativos e 100 milhões de usuários totais, e este número continua a crescer. Segundo Klinker, o número de usuários dobra a cada ano. Estima-se que o tráfego de Internet do BitTorrent representa de 25% a 50% de todo o tráfego da Internet. O único país que não tem usuários ativos é a Coreia do Norte.
Klinker ainda forneceu dados sobre o tráfego gerado. A média de download por usuário é de 100 Gbytes, mas um usuário mediano faz o download de cerca de 25 GBytes por mês. Ao todo, o BitTorrent gera 1 exabyte de troca de dados por mês no mundo. No Brasil, 0,6% da população utiliza o BitTorrent ou o uTorrent, plataforma da mesma empresa. Assim como nos outros países, a maioria dos usuários tem entre 18 e 34 anos. Os países com maior número de usuários proporcionalmente ao número de pessoas com acesso à Internet são Rússia e Reino Unido.

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