Interconexão de voz preocupa PPPs após fim da concessão da Oi

Mauricélio Oliveira. Foto: Marcos Mesquita Fotografia

As mudanças no mercado de telefonia fixa e no regime de interconexão de voz após o fim da concessão da Oi têm mobilizado prestadoras de pequeno porte (PPPs), que estudam alternativas para não enfrentarem aumento de custos no novo cenário.

O tema foi discutido nesta terça-feira, 18, durante o Seminário Políticas de Comunicações, organizado pelo CCOM/UnB e por TELETIME em Brasília. Presidente da Abrint (que representa pequenos provedores), Mauricélio Oliveira notou que com a descontinuidade da concessão da Oi, o mercado de telefonia fixa tem passado por grandes mudanças.

Isso porque a tele deixará de atender várias áreas, em cenário que já estaria causando grande impacto nas empresas que usam o serviço, indica Oliveira. "Estamos vendo uma corrida das empresas no interior por conta disso, porque a Oi tem mandado comunicado que está cancelando serviços dentro de alguns dias", afirmou.

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Segundo o presidente da Abrint, em muitas das localidades as prestadoras de pequeno porte (PPPs) podem absorver a demanda deixada pela antiga concessionária. Porém, surge também um grande desafio decorrente do fim da concessão: as mudanças na obrigação da tele de prestar serviços de interconexão de voz (TELETIME detalha o assunto aqui).

"[A interconexão] não será mais por localidade como hoje: terá um ponto central e empresas terão que fazer a interconexão em algum ponto do estado. Precisamos entender melhor como vai ser obrigação da Oi e como ela vai manter as interconexões, pois isso tem onerado prestadoras que têm interconexão local e agora precisam buscar em outra cidade a vários quilômetros de distância".

Oliveira também lamentou que a interconexão no mercado de voz poderia estar ocorrendo de outras formas, inclusive via padrão SIP (Session Initiation Protocol, baseado na Internet) em vez da interconexão física com a Oi. A disponibilidade de recursos de numeração para PPPs (algo que nunca foi para frente) também poderia ser útil neste momento, lembrou.

Migração massiva

Já pelo lado da TelComp, o presidente executivo da entidade, Luiz Henrique Barbosa, descreveu que essa "transformação" no mercado de voz levará a um cenário de migração massiva do padrão de interconexão rumo ao SIP, deixando de lado o atual PDM (Pulse Duration Modulation, ou Modulação por Duração de Pulso) usado nas redes legadas.

"Essa será uma oportunidade de criar um ponto de troca de tráfego de voz entre as PPPs", afirmou Barbosa, citando possibilidade da própria TelComp coordenar projeto do gênero.

Como apontado por TELETIME, o mercado de telefonia fixa teve em 2024 uma das maiores quedas de sua história, pressionado pelo fim das concessões e pela desconexão de usuários. Mas ainda há algumas empresas crescendo no segmento, com destaque no mercado empresarial.

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