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Disputado, mercado de banda larga via satélite promete esquentar ainda mais em 2019

A corrida pelo mercado de banda larga via satélite deve ser acentuada em 2019. Com a chegada da Yahsat nesta disputa no final do ano passado e o eventual desembaraço das questões contratuais que ainda impedem a Viasat de executar plenamente sua operação comercial no País, há a expectativa de que a conexão por meio da banda Ka se popularize mais. Por trás disso tudo, o fator preço começa a ganhar destaque, e desde o final de 2018 parece haver uma disputa mais acirrada.

Em um cálculo grosseiro com o valor médio do preço por gigabyte mensal, as ofertas do serviço satelital no Brasil estão abaixo da média praticada por operadoras em outros países. Nos Estados Unidos, por exemplo, o serviço HughesNet de 10 GB sai com o GB/mês por US$ 6 (cerca de R$ 24). A Viasat, em seu plano de entrada no mercado norte-americano (Unlimited Bronze 25), cobra US$ 2 (R$ 8) pelo GB/mês. No Reino Unido, a Bigblu oferece o plano Konnect Bronze Unlimited por 2,50 libras esterlinas (R$ 12,25) por GB/mês.

No Brasil, a HughesNet tem diferenciação entre planos com foco noturno e diurno. Considerando o pacote diurno, a média é de R$ 5,66 por GB/mês, passando a R$ 8,33 após os 12 primeiros meses. No caso da Yahsat, a franquia em GB/mês sai por R$ 3,75, considerando a média em um ano – R$ 2,99 na promoção dos seis primeiros meses e R$ 4,49 no preço cheio, mas a operadora ainda está com as vendas restritas a algumas regiões e com um ritmo mais lento de liberação das instalações.

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O presidente da Hughes no Brasil, Rafael Guimarães, destaca que a estratégia da empresa se mantém a despeito da chegada da concorrência. “O concorrente [a Yahsat] está começando, por enquanto estão na fase na qual tem uma curva de aprendizado. Acho que mais para frente vão começar a dar trabalho e ser mais presentes”, declara. O executivo informa que a companhia passou a contar com o satélite Telstar 19 Vantage desde novembro do ano passado, o que permitiu adicionar cerca de mil cidades à cobertura da HughesNet. A operadora já está atuando nessas localidades.

Foi também em novembro que a Yahsat iniciou sua oferta de banda larga no Brasil. A política de preços mais baixos, segundo o diretor regional da operadora no País, Marcio Tiago, prevê uma receita média por usuário viável. “Claro que tem ajustes a serem feitos, e quem dita o preço é sempre o cliente, o mercado. Mas, por enquanto, o ARPU está dentro do planejado”, disse ele a este noticiário. O executivo avalia que em breve deverá lançar “alguns serviços tradicionais relacionados ao produto”, chamando-os de “add-ons”. Na visão dele, há espaço para todos os players. “Ainda existe uma demanda maior do que a oferta, a gente vem sentindo isso. Não acho que a gente tenha sentido uma concorrência tão forte a ponto de fazer mudar o preço”, diz. Ninguém fala abertamente em guerra de preços.

Influência

Ambos os executivos da Hughes e Yahsat reiteram que as respectivas políticas de preço não têm nenhuma relação com a renegociação da Viasat com a Telebras, requisitada pelo Tribunal de Contas da União (com prazo para o próximo dia 6 de fevereiro) e que ainda impede a operadora norte-americana de atuar no País. Ou seja, os preços agressivos seriam resultado apenas da disputa comercial  entre as duas que estão nesse momento no mercado. Segundo apurou este noticiário, as negociações entre Telebras e Viasat caminham bem e devem ser fechadas em breve.

Márcio Tiago entende que a Viasat é um concorrente com “foco completamente diferente” da Yahsat. Rafael Guimarães, da Hughes, diz que não tem informações de como será o contrato e prefere não se aprofundar no assunto. “Não sei o que o governo está pensando com a Telebras. Cabe a gente esperar e ver se as coisas se definem. A nossa preocupação, se vier a concorrente, é que não usufrua de vantagem indevida do governo. Competição é sempre bem-vinda, mas sem ser injusta”, reitera.

A vice-presidente de Internet na América Latina e Gerente Executiva do Brasil na Viasat, Lisa Scalpone, afirmou que a empresa está “fazendo bom progresso” na renegociação do contrato com a Telebras. Ela comentou que a política de preços deixa o “mercado mais competitivo, fica mais difícil e com maior risco”, mas que traz benefícios em um contexto maior. “Queremos que o satélite sirva para universalização. No longo prazo, vai ser bom para o mercado”, destaca. Perguntado se as tarifas praticadas pela concorrência teriam impacto na renegociação, o associate general counsel na operadora norte-americana, Colin Ward, justificou que apenas encara isso como “um elogio para a Viasat, um sinal de que o mercado está atento”.

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