Telebras não usará satélite para prestar serviço diretamente ao usuário final

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(Atualizada às 21:45) Apesar de aprovado na semana passada pelo conselho da estatal e informado por meio de fato relevante aos investidores, o plano de negócios da Telebras para o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação (SGDC) ainda não foi tornado público. O documento, elaborado pela FGV, não está sendo apresentado ainda aos investidores, o que deve acontecer em breve, segundo apurou este noticiário, após o fim das licitações necessárias à operação do SGDC. Mas uma das informações que já estão sendo transmitidas ao mercado financeiro, segundo apurou este noticiário, é que a Telebras não prestará serviços ao consumidor final com o satélite, porque a capacidade seria insuficiente para atender sozinha à demanda residencial por banda larga. Esse era um dos possíveis usos para o satélite, que chegou a ser defendido pelo então ministro das Comunicações no governo Dilma, André Figueiredo. A ideia era de difícil execução, dada a capacidade disponível (apenas 60 Gbps, insuficientes para atender a uma grande quantidade de pessoas).

Segundo apurou este noticiário, o foco da estatal, segundo o novo plano, será atender os provedores de acesso regionais, conforme prevê o decreto do Plano Nacional de Banda Larga (Decreto 7.175/2010), mas haverá também uma forte atuação comercial, para atender não apenas o governo mas também o mercado corporativo (Informação atualizada após o fechamento da matéria: parceiros comerciais, segundo apurou este noticiário,  poderão sim atender os usuários finais, dentro de políticas da Telebras). Outra parte importante da capacidade do satélite, obviamente, é destinada às forças armadas (banda X). A Telebras tem adotado, aos investidores, um discurso de empresa privada, com redução de custos e aumento de receitas, e manifesta a expectativa de que este ano terá um aumento significativo em suas receitas, em função do SGDC. Não se sabe ainda quando o business plan preparado prevê a recuperação dos investimentos feitos no satélite (US$ 1 bilhão).

Estrutura e operação

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A Telebras, contudo, tem tido ainda dificuldades para concluir as licitações necessárias à contratação dos equipamentos necessários para colocar o sistema em operação. Ano passado, por intervenção do TCU, foram canceladas as licitações de compra de gateways e estações V-Sat, e o processo ainda não foi plenamente retomado (apenas a pré-qualificação das empresas foi feita). Este ano, a briga é para a compra das antenas de 13 metros que servem à operação do satélite. São equipamentos caros, não disponíveis a pronta entrega, e que requerem uma produção customizada e tecnicamente complexa. Ontem, dia 17, o recurso da vencedora da licitação, que havia tido a sua proposta classificada como inexequível, foi negado e agora será preciso ver se a segunda colocada (a israelense Gilat) terá condições de atender a Telebras a tempo e no preço da vencedora. São cinco antenas que estão em contratação, cuja produção, normalmente,  leva meses. A Telebras tem informado ao mercado já ter duas antenas disponíveis e que o satélite não ficará ocioso depois de lançado, mas a informação ainda é vista com ceticismo entre especialistas.

1 COMENTÁRIO

  1. Realmente, dispondo de "apenas" 60 Gbps de banda, como o SGDC poderia promover inclusão digital a todos os usuários finais em áreas remotas?
    E como popularizar o acesso a internet mediante tecnologias que custam uma fortuna? Não seria mais barato criar uma rede de antenas terrestres ou de cabos ópticos percorrendo todo o Brasil? Afinal se a energia elétrica é obrigatoriamente entregue dessa forma, por que não a banda larga via fibra óptica?

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