Lider prepara reestruturação e almeja liderança no mercado de integradoras

Após 12 anos na Telefônica, onde trabalhava na diretoria executiva de serviços ao cliente, Fabio Abreu assumiu no final do ano passado o cargo de novo CEO da integradora Lider Telecom. A intenção é "profissionalizar" a empresa, deixando-a mais competitiva e preparada para o desafio de continuar a registrar boas taxas de crescimento (em 2012 o aumento no faturamento foi de quase 60%) e até tentar chegar à liderança do mercado.

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Para Abreu, foi um movimento de carreira natural, mas agora a meta é tornar a empresa ainda maior, buscando parceiros estratégicos e, quem sabe, abrir o capital. "A Lider sempre foi uma empresa de capital fechado, mas no futuro não se sabe", sugere, embora negue que isso vá acontecer já em 2013. "O plano é fortalecer a empresa".

A expectativa para este ano não é a de esperar que o faturamento aumente no patamar dos 60%, diz o novo CEO, mas ainda é positiva. "O projeto é seguir com um crescimento para manter o posicionamento de terceira maior empresa em prestação de serviços de telecom no Brasil", explica. Ele espera chegar a uma taxa de dois dígitos, "em torno de 18% no faturamento", mas com foco em aumentar a margem de negócios em mais de 20%.

Oportunidades de mercado não faltarão, como a expansão da rede 3G e a instalação do 4G, que demanda crescimento de backbone de fibra ou de implantação de rádio. "Esses dois tipos, com implementação de backbone local ou estadual, nós já fazemos para as operadoras", explica. No entanto, Abreu afirma que digitalizar da infraestrutura de acesso às estações radiobase (ERBs) é um serviço que deverá ser feito nos próximos dois anos, configurando como uma importante janela de atuação para a Lider. "Já fazemos isso hoje para a Claro, estamos participando de alguns processos e, no decorrer do ano, vamos buscar oportunidades nas operadoras".

Isso inclui continuar expandindo a rede de fibra, que conta atualmente com 4 mil km de cabos óticos e, somada à da Embratel, chega a "quase 15 mil km". Tanto que 32% do negócio são do segmento de construção e engenharia. "É um tema que vou prospectar forte no mercado, vamos nos posicionar como um player apto em 2013 porque temos uma bagagem grande", promete.

De olho em participações

Mas o crescimento demanda uma reestruturação da integradora, que desde sua fundação em 1991 era comandada pelos sócios. "A empresa cresceu nos últimos dois anos com um modelo de gestão muito centralizador num dos sócios, Pedro Serrano, então não havia uma política de diretoria, algumas caixas eram subordinadas diretamente ao presidente. A profissionalização vem neste sentido: de trazer pessoas do mercado e de outras operadoras para a empresa", explica Fabio Abreu. De acordo com o executivo, a ideia é colocar um conselho de sócios com um regime de acompanhamento da Lider, o que ele diz que é "um processo natural de uma empresa de sociedade anônima".

Mas a movimentação maior pode ser na busca de propostas externas, com avaliação do Bradesco BBI. "Hoje tem um processo de quatro empresas interessadas em seguir adiante, então estamos conversando com fundos e parceiros estratégicos de telecom. O processo está evoluindo bem rápido", afirma o CEO. Ele diz que, entre as parcerias estratégicas, há propostas de participação "que vão de 20% a 51%", mas a ideia é seguir capturando o crescimento do mercado. "Os sócios não têm interesse em sair do negócio, não queremos vender a empresa", avisa. "É basicamente uma gestão de capital para buscar a liderança de mercado", completa.

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