A Anatel pretende voltar às origens no que se refere ao Serviço Móvel Especializado (SME), mais conhecido como trunking. A agência planeja rever o regulamento desse tipo de oferta em breve, tornando-o mais restrito do que é hoje. Segundo o conselheiro Jarbas Valente, a proposta é deixá-lo mais próximo de um serviço limitado privado. "A tendência é deixar o SME só para o limitado privado, onde empresas apenas usem essa oferta, como uma Petrobras, por exemplo", afirmou o conselheiro.
Caso a ideia siga adiante, o trunking será reduzido ao que era quando a Anatel emitiu as primeiras licenças do serviço. No início dessa oferta, não havia a previsão de comercialização em massa do serviço e a interconexão com a rede pública era bem mais limitada. Com o estabelecimento de empresas como a Nextel, a agência reguladora gradativamente permitiu que as operadoras fizessem uma oferta mais ampla do serviço, o que agora deve acabar, pelo menos em relação ao SME.
Pesou na decisão de revisar o regulamento a recente vitória da Nextel – a maior operadora de SME no Brasil – no leilão da Banda H, o que fará com que a empresa torne-se também uma operadora do Serviço Móvel Pessoal (SMP). Segundo Valente, a mudança no regulamento não terá impacto nos negócios da Nextel porque o SMP já permite a oferta conjunta do push-to-talk, embora esse produto nunca tenha sido comercializado em grande escala pelas atuais SMPs por conta de restrições técnicas.
Esse cenário tecnológico, no entanto, deve mudar em breve. Esta em fase final de desenvolvimento um evolução tecnológica batizada de HPTT (High Performance Push-to-Talk), que promete boa performance em faixas superiores às usadas atualmente. A Nextel está desenvolvendo essa tecnologia junto a fornecedores e aposta nessa nova nisso para garantir seu diferencial no mercado de telefonia celular, vendendo tanto a telefonia móvel tradicional quanto os serviços de despacho no mesmo aparelho.