Fonte bem situada no Planalto observa que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, obteve do presidente Lula uma espécie de monopólio de opinião sobre qualquer questão macroeconômica, envolvendo, entre outras, a área de telecomunicações. Palocci inclusive já ressaltou que há pessoas especializadas no governo para se manifestarem sobre esses assuntos.
Isso valeria para outros ministros considerados poderosos, como José Dirceu, da Casa Civil; Luiz Gushiken, da Secretaria de Comunicação e Luiz Dulci, secretário-geral da Presidência. Vários cortes de gastos foram feitos à revelia dos três.
A mesma fonte ainda acrescenta que mesmo assuntos relativos a outros ministérios passam pelo crivo de auxiliares de Palocci. A idéia é inviabilizar qualquer mudança que possa dar margem a contestações do mercado financeiro. Como possível sinal desta influência, a revista Veja desta semana publicou que Palocci teria "tranquilizado" Luiz Guilherme Schymura sobre sua permanência na presidência da Anatel.
No entender dessa fonte, a Fazenda conseguiu incutir em Lula a idéia de que o risco Brasil está sempre na corda bamba devido a opiniões desencontradas e mudanças em instituições sensíveis ao mercado. Não quer ninguém falando sobre juros, câmbio e ajuste fiscal. ?O acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) acaba funcionando como um trunfo nas mãos do ministro.