Administrador judicial da Oi diz que há incertezas sobre aprovação de plano

Foto: pixabay.com/pexels.com

O administrador da recuperação judicial (AJ) da Oi, formado pela assessoria empresarial PricewaterhouseCoopers e pelo o escritório de advocacia Arnoldo Wald, apresentou relatório mensal de atividades (RMA) referente ao mês de setembro ao juiz da 7ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro. No RMA,  que foi enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na noite da quarta-feira, 16, as empresas colocam em questão a aprovação do plano de recuperação apresentado pela companhia, bem como incertezas referentes a aspectos contábeis dos relatórios financeiros que impedem o administrador de concluir sobre a continuidade das operações do grupo.

O administrador ressalta que há atualmente "diversas discussões em andamento e questionamentos acerca do plano", incluindo a própria aprovação por parte dos credores. Afirma que, considerando as circunstâncias e o estágio atual da recuperação judicial, "existem ainda incertezas significativas com relação à aprovação do plano" e que, por isso, "não é possível determinar nesse momento qual será o desfecho desse assunto, seus impactos sobre as informações contábeis intermediárias individuais e consolidadas, bem como, se a entidade será capaz de realizar os seus ativos e liquidar os seus passivos no curso normal dos negócios".

Outro problema mencionado é em relação à não inclusão de mais-valia originada na aquisição da Brasil Telecom como parte dos ativos da Telemar Part., que foi objeto de adoção de política contábil submetida à consulta técnica na CVM, e que resultou em discrepância nos relatórios referentes à 2015. Isso geraria uma redução de R$ 163,5 mil e R$ 500,5 mil no prejuízo do terceiro trimestre e do acumulado de nove meses, respectivamente. A CVM entendeu que a mais-valia não deveria ter sido baixada da Telemar, mas mantida no acervo incorporado da Oi. Em agosto, a companhia protocolou recurso ao colegiado da Comissão, mas, até o momento, ainda não houve resposta do regulador. Assim, os auditores dizem que não foi possível obter evidências apropriadas e suficientes para tirar uma conclusão sobre as informações contábeis intermediárias da companhia divulgadas no relatório financeiro trimestral deste ano, abstendo-se de um parecer.

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A auditoria diz também manter contato direto com a Oi para viabilizar uma "mediação de classe que possa agilizar ao máximo o encontro de uma solução das controvérsias suscitadas" em ações judiciais. Declara ainda estar conversando com os credores do comitê de bondholders, prestando esclarecimentos sobre a assembleia de credores, embora não comente sobre a parceria desse grupo com o bilionário egípcio Nagib Sawiris, com quem planeja apresentar um plano alternativo de recuperação judicial.

O administrador afirma que, embora o prazo para apresentação de habilitações e divergências tenha se encerrado no dia 11 de outubro, continua sendo procurado por credores nacionais e internacionais. O AJ afirma que está na fase final de triagem das mais de 30 mil mensagens, com a maioria das apresentadas vindo de demandas judiciais, especialmente as que tratam do programa de expansão da telefonia fixa (PEX), em curso especialmente nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Informações financeiras

Considerando apenas as empresas em recuperação judicial no Grupo Oi, a auditoria destaca a evolução positiva do caixa em R$ 461 milhões em relação a agosto, totalizando R$ 6,151 bilhões ao final de setembro. Ressalta ainda um decréscimo de R$ 63 milhões em contas a receber, atribuído em grande parte à liquidação de recebíveis referentes a serviços prestados como co-billing e interconexão. O lucro líquido no período foi de R$ 73 milhões, enquanto a receita líquida foi de R$ 1,861  bilhão.

A lista de credores de setembro não mostrou alterações em relação à lista apresentada em agosto. No total, são 65.127 credores, sendo 28.405 em moeda nacional e 36.721 em moeda estrangeira. A maior parte, 60,5 mil, são de quirografários.

2 COMENTÁRIOS

  1. No preço que ta o cobre, se a OI tirar todos os fios e cabos que tem espalhado nos postes deste Brasil, é bem capaz de pagar a sua conta, e viver do resto. Só na minha cidade existe cabos enrolados nos postes aos montes. São cabos destinados a expansão, que ficam estocados nos postes. São dezenas de quilos em fios de cobre, fios de platina e cabos de fibra de vidro. Tudo material muito caro. De alto valor. Pior, sujeito a vandalismo.
    Enquanto isso, os administradores ficam discutindo números nas planilhas, só para impressionarem o Sr.bilionário egípcio Nagib Sawiris, os membros da CMV, da Price, e os administradores que confeccionam os RMA. AH!!! mas se houvesse alguem realmente interessado em salvar a Oi ou realmente a Brasil Telecon. .

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