O ministro das Comunicações, André Figueiredo, defendeu nesta terça-feira, 17, a recomposição das tarifas dos Correios em 8,9% como uma das medidas para que a empresa volte a ser superavitária. Segundo ele, números preliminares da estatal apontam para um prejuízo em torno de R$ 900 milhões. Segundo o ministro, as conversas com o Ministério da Fazenda já começaram e a adoção depende um estudo conclusivo sobre se o reajuste impactará na inflação ou não.
Figueiredo disse que o reajuste só atingiria a parte de correspondências de pequeno porte, sem envolver a carta social e a parte de logística e encomendas. De acordo com ele, a alta da tarifa renderia R$ 700 milhões por ano, incidindo sobre uma base de 36 milhões de objetos/dia.
O ministro, que participou hoje da posse do novo presidente dos Correios, Giovanni Queiroz, disse que o reajuste é necessário. "Os Correios são empresa e precisam de resultados operacionais que não comprometam a sua solvência, não que os Correios estejam insolventes, mas são 120 mil famílias que vivem da empresa, que precisam ser preservadas e a responsabilidade disso é da administração, de fazer mais uma vez essa empresa superavitária", afirmou. Ele disse que os resultados negativos são resultados da crise econômica, que diminuiu a produção industrial e consequentemente, o setor de logística também foi afetado, mas reconheceu que são consequência também de débitos antigos que foram incorporados, inclusive do fundo de pensão Postalis, que apresentou déficit de mais de R$ 5 bilhões.
"Nós estamos fazendo uma série de medidas, algumas revestidas de simbolismo, como a redução dos salários da alta direção dos Correios e que não terão resultados significativos para solução dos problemas. (O problema do) fundo de pensão também precisa ser atacado. Outras medidas serão implementadas para que os Correios se modernizem", completou.