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Vivo quer próximo presidente do País priorizando as TICs

Em discurso durante painel na Futurecom nesta quarta-feira, 17, o presidente da Telefônica/Vivo, Eduardo Navarro, reiterou a necessidade de políticas direcionadas à digitalização da economia. O executivo optou por mandar uma mensagem ao futuro presidente da República. O discurso foi em linha com o que o setor, publicamente, tem manifestado em seus espaços de fala institucional, com o o Painel TELEBRASIL ou a Carta de Brasília. Mas o que chamou a atenção foi a contundência da mensagem e o fato dela praticamente não trazer referências à própria empresa, mas ao setor como um todo. Com o título de “Por um Brasil mais Digital”, a mensagem de Navarro chamou a atenção para o papel do setor de telecomunicações no processo de transformação digital da sociedade e da economia, destacando os enormes investimentos feitos desde a privatização (quase R$ 900 bilhões), que colocaram o setor no terceiro lugar entre os maiores investimentos feitos no período, atrás apenas de petróleo e energia, onde existem pesados investimentos públicos ou de empresas estatais, ao contrário de telecomunicações. “Mantivemos um percentual em torno de 19% da receita em investimentos praticamente constante, mesmo em períodos de recessão ou crise”, disse.

Em uma espécie de “recado ao futuro presidente”, o executivo listou formas com as quais a tecnologia poderá ajudar a endereçar problemas estruturais do Brasil, como a produtividade, a segurança pública e a educação. “Os problemas só serão resolvidos com a velocidade necessária se a gente entender que a aplicação no nosso cotidiano de técnicas como automatização, a digitalização, os prontuários eletrônicos e a inteligência na polícia vão transformar o Brasil”, declarou ele em conversa com jornalistas após apresentação.

Navarro lembrou que um bom exemplo do que esta transformação pode trazer é a forma como a atual campanha eleitoral se deu, por redes sociais e aplicativos como o WhatsApp, e alertou que o futuro presidente, muito possivelmente, concorrerá à reeleição em um ambiente digital completamente diferente. “O futuro será muito mais inteligente e conectado. Se o futuro presidente tiver a chance de ser reeleito este mundo já estará acontecendo no seu segundo mandato. Para que as possibilidade superem os riscos, as barreiras precisam ser removidas”, disse.

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Para Navarro, as obrigações regulatórias que levaram parte do investimento estão completamente ultrapassadas, priorizando o “telefone fixo que ninguém mais usa, em TUPs que estão em 75% ociosos. E a nossa tributação é, com diferença gritante para o segundo, a mais elevada do mundo”, declarou o executivo da Telefônica.

“Outras economias estão se transformando, Coreia, China, Índia, alguns vizinhos nossos. Temos que fazer – e rápido. Não fazer é oportunidade perdida”, completou. Navarro disse que se coloca à disposição para “sentar e discutir” com o futuro presidente, seja já no dia 1º de novembro ou somente a partir de 1º de janeiro de 2019, após a posse. “O momento é difícil para o Brasil e vai determinar como o País será nos próximos cinco a dez anos.”

Para ele, governo, sociedade e empresas devem estabelecer um novo pacto digital, citando o recente manifesto que a Telefônica divulgou no começo deste mês. “Não é um novo problema, mas uma nova oportunidade para resolver problemas, e se não for enfrentado dessa forma, as chances de sucesso serão muito reduzidas”. O pacto que a empresa propõe deve passar pelos seguintes pontos: 1) Conectar mais pessoas; 2) Construir sociedades digitais, com capacitação; 3) Gerar confiança nos dados; 4) Desenvolver plataformas e algorítimos responsáveis e; 5) Modernizar a política e a regulamentação.

Investimentos

Ele pontuou o baixo retorno sobre investimento no setor, embora os aportes continuem sendo significativos. “Não é falta de investimento ou porque estamos mandando dinheiro para acionistas, estamos investindo muito e com baixo retorno sobre capital”, declara. “O setor requer investimentos, mas quando se compara à média de investimento com outros países, na relação de Capex/receita, estamos com 20,9%, e só estamos atrás de um país (a Índia, com 21,3%).”

Há ainda a questão do fardo regulatório que o setor precisa enfrentar. O executivo lembra que a destinação de fundos setoriais para telefonia fixa é “dinheiro jogado fora de quem não tem”. Por outro lado, destaca como a digitalização pode ajudar no desenvolvimento do País: especificamente no setor rural, Navarro disse que sem a agricultura de precisão, a produção não será dobrada. Pelo lado da logística, diz que é o consumo de água e energia também pode ser beneficiado com a conectividade e inteligência embarcada evitando desperdícios.

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