Com lançamento do novo sistema de órbita média (MEO) da constelação O3b mPower e do SES-17 previstos para este ano, a SES enxerga aumento da competitividade em 2022. Por isso, os anúncios de contratação de capacidade dos três primeiros satélites MEO da operadora nesta terça-feira, 17, mostram que a empresa acredita estar próxima da virada nas receitas, com os dados se tornando o maior componente em vez do vídeo DTH.
Em coletiva com a imprensa brasileira nesta terça-feira, 17, o CTO da SES, Ruy Pinto diz que a receita de vídeo da empresa, embora estável em comparativo recente, mostra tendência de queda. E a maior adesão aos serviços de streaming como Netflix, Amazon Prime e Globoplay mostram que a demanda migra para os dados, com "crescimento de dois dígitos".
"A gente espera que a receita de dados venha crescendo e eventualmente passe a superar a de vídeo no Brasil e no mundo. O timing pode ser diferente, então estou curioso para ver como será no Brasil, mas seremos mais competitivos", destaca. A companhia já oferece inclusive serviço white label para over-the-tops, misturando capacidade satelital com IP.
Neste sentido, a operadora prevê para um futuro não muito distante que a proporção inverta – atualmente, 60% da receita é de vídeo, algo que acontece também no Brasil, segundo o executivo. Ajudarão nisso não apenas os três primeiros satélites do O3b mPower, mas também o lançamento do SES-17, satélite GEO que também deverá ocorrer este ano.
"Com o mPower e o SES-17 vamos ser muito mais competitivos, com mais capacidade, flexibilidade, pontos de preço diferentes", declara. Por ter uma arquitetura e configuração mais tradicional, o satélite GEO não terá a mesma flexibilidade de feixes dedicados, e é aí onde entra a constelação MEO. Além disso, a companhia conta com capacidade do SES-12 também, atualmente também provendo capacidade para território brasileiro.
Evento
Ruy Pinto é um dos destaques já confirmados para o Congresso Latinoamericano de Satélites, evento que acontece nos próximos dias 31 de agosto, 1 e 2 de setembro, virtualmente (www.satelitesbrasil.com.br). O encontro é organizado pela Glasberg Comunicações com apoio da TELETIME, e discute os principais temas do mercado de satélites em 2021, incluindo os impactos do 5G, a evolução do mercado de banda larga via satélite, o uso da infraestrutura de satélites para conectar redes móveis, além de novas tendências e serviços. O evento reúne as principais lideranças do mercado.