Projetando um ritmo intenso de construção de infraestrutura de fibra óptica na sequência do segundo semestre, a Brisanet pretende encerrar o ano com base de 300 mil clientes em sua operação de franquias (a Agility).
A meta foi compartilhada pelo CEO da operadora, José Roberto Nogueira, durante call sobre os resultados do segundo trimestre realizada nesta terça-feira, 17. Segundo o executivo, o modelo de consolidação via Agility se assemelha a uma operação de rede neutra, visto que a Brisanet constrói a rede depois utilizada por parceiros.
A operação de franquias somava uma base de 148 mil acessos até o fim de junho, a partir de quase 100 franqueados. Ao fim do ano, a expectativa é que estes sejam de 140 a 150, passando para 500 franqueados até o fim de 2023.
HPs
A atuação via Agility não se confunde com a operação central da Brisanet – que ultrapassou os 750 mil clientes de banda larga em julho. No mesmo mês, 199 mil homes-passed (HPs) com fibra foram construídas pela empresa, em ritmo que será mantido no restante do ano, de acordo com Nogueira.
O movimento é possível após a normalização do suprimento por parte de fornecedores. A Brisanet apontou "atrasos significativos" na entrega de equipamentos ao longo do primeiro semestre, sobretudo junto à Cisco, com quem a operadora cearense tem importante relacionamento. Segundo o executivo, essa foi a razão para as HPs de junho (94 mil) serem menos da metade das de julho, por exemplo.
Com a expansão da rede acelerando, a Brisanet deve entrar em 34 novas cidades ainda em 2021, somando o grupo aos 101 municípios onde já opera com a marca própria. Teresina, Aracaju e Fortaleza estão entre os mercados que devem ser explorados, além de praças nos estados da Bahia, Pernambuco e Alagoas.
No momento, Nogueira já observa uma pressão de competidores regionais com tíquete médio de banda larga fixa menor – entre R$ 55 e R$ 60, contra R$ 88 da Brisanet. A tendência, contudo, é que a distância diminua na medida que as velocidades dos pacotes das rivais cresça.
5G
A possível entrada da operadora no 5G a partir de lotes regionais no Nordeste também se coaduna com a estratégia em duas frentes. Caso o ativo seja arrematado, a empresa pretende utilizar a marca principal para ingresso nas cidades de maior porte e a Agility, nas menores. O grosso do investimento, contudo, só ocorreria em 2023.
Isso porque, segundo Nogueira, os aportes na tecnologia de quinta geração serão pequenos ao longo de 2022. A virada deve ocorrer na medida que mais smartphones intermediários equipados com 5G chegarem ao mercado. De forma geral, a operadora nordestina se considera bem posicionada para o ciclo de investimentos, sobretudo por conta do know-how com fibra óptica.
Margem
Como apontado nos resultados trimestrais da companhia, o ritmo intenso de expansão da infraestrutura tem causado reflexo nas margens. Para isso, a Brisanet conta com recursos do IPO para reduzir o indicador da relação dívida líquida/Ebitda (não divulgada no segundo trimestre), com tendência de melhoria nas margens até o final do ano.