América Móvil registra queda em lucros e receitas no segundo trimestre

Assim como os resultados no Brasil, o balanço financeiro do segundo trimestre para a América Móvil (AMX) mostrou queda na receita e, sobretudo, no lucro líquido. A justificativa, também apresentada pelo CEO da companhia, Daniel Hajj, para o desempenho brasileiro, foi a mesma: dificuldades no cenário macroeconômico na América Latina. "A economia está devagar para todo mundo, e vai ter mais competição para todo mundo por causa disso", disse ele em teleconferência para analistas nesta sexta, 17.

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O desempenho tem sido igualmente de retração no mercado doméstico (México). A América Móvil reclama que há dez anos a receita de voz (móvel e fixo) da Telmex era equivalente a US$ 9,2 bilhões, e que hoje isso representa aproximadamente US$ 3 bilhões, embora não mencione a ausência de concorrência na época e o próprio declínio do uso de serviços de voz. Ela menciona, sim, a chegada forte da AT&T nesse mercado (a norte-americana comprou recentemente a Nextel Mexico e a Iusacell) e afirma que o principal objetivo da reforma de telecomunicações promovida pela agência mexicana reguladora Instituto Federal de Telecomunicaciones (IFT, ou Ifetel, como é comumente chamado) foi conseguido com o aumento da competitividade, incluindo operadores locais e "um bom número de MVNOs".

Para se manter na liderança no mercado de origem, a AMX anunciou a intenção de investir US$ 6 bilhões nos próximos três anos para aumentar capacidade para dados, sobretudo com infraestrutura de fibra. "Achamos que é mais ou menos o que temos investido no México nos últimos anos, já que foram US$ 10 bilhões nos últimos cinco anos". O executivo afirma que a estratégia para melhorar a infraestrutura fixa visa utilizar combinação de cobre, com vectoring, e fibra até a residência onde for possível.

Além disso, a companhia passa a oferecer sua maior arma contra a AT&T: o plano "Sin Fronteras" na Telcel, que permite aos clientes pós-pagos realizar chamadas para os Estados Unidos com custo de ligação local. Trata-se exatamente do mesmo plano que a rival divulgou ao anunciar sua investida no país. Ainda assim, a estratégia deixou o CEO reticente: "Não acho que as pessoas migrarão imediatamente, elas continuarão onde estão, mas talvez no futuro poderemos ver receita, dependendo da quantidade de pessoas".

Hajj confirmou que a Opsimex, área de negócios de torres que será cindida da Telcel, começará a operar de forma independente em janeiro. A partir dela é que será criada a Telesites, spin-off da área de 10,8 mil torres da operadora. Na quarta-feira, 15, a agência IFT afirmou que a sociedade anônima seria lançada somente em setembro.

Resultado

A receita no segundo trimestre caiu 0,1%, totalizando 219,999 bilhões de pesos mexicanos (US$ 13,8 bilhões). No acumulado do semestre, houve aumento de 1,5%, total de 440,035 bilhões (US$ 27,6 bilhões). O lucro líquido caiu 16% no comparativo de trimestres, fechando junho com 14,048 bilhões de pesos (US$ 883,1 milhões). A queda foi ainda maior no semestre: 28%, total de 22,276 bilhões de pesos (US$ 1,4 bilhão).

Com recuo de 5%, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBTIDA) fechou março com 68,333 bilhões de pesos mexicanos (US$ 4,3 bilhões). No semestre, a queda foi de 4,1%, total de 136,581 bilhões (US$ 8,6 bilhões). O lucro operacional foi de 36,346 bilhões de pesos (US$ 2,3 bilhões), aumento de 2,2% no trimestre, mas que não reverteu a queda de 2,5% no acumulado dos seis meses, total de 74,060 bilhões (US$ 4,6 bilhões).

A dívida líquida da empresa aumentou 0,4% e está agora em US$ 42,182 bilhões

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