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América Móvil atribui desconexões em pré-pago e TV à economia brasileira

A América Móvil sentiu o impacto do cenário de desaquecimento da economia brasileira, segundo o balanço financeiro e operacional da companhia mexicana, que controla a Claro, Embratel e Net Serviços, referente ao segundo trimestre deste ano. Chamou atenção as desconexões nas bases de TV por satélite e na base de celulares pré-pagos.

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A companhia fechou junho com redução de 112 mil acessos por satélite (DTH). Segundo o CEO da América Móvil, Daniel Hajj, a perda de base se deu realmente por resultado do cenário macroeconômico brasileiro, que acabou afetando também a operação de cabo da Net. "Por conta do desaquecimento da economia, realmente houve queda, mas, se olhar na receita, temos focado em atualizar a oferta", declarou ele durante teleconferência para apresentar os resultados financeiros da empresa nesta sexta-feira, 17. "O DTH é onde os consumidores são mais sensíveis à desaceleração da economia. São consumidores de baixa renda, longe de centros e nas áreas rurais, por isso você vê redução do DTH no Brasil", complementou.

Contudo, Hajj destacou o lançamento do satélite StarOne C-4 na quarta-feira, 15, justamente para fortalecer a estratégia de TV paga. Ele reiterou que a ideia é aumentar a capacidade de canais em alta definição para a América Latina, "talvez" podendo usar o satélite para prover também banda larga na região. O executivo confirmou que, conseguindo licença para operação no México, também usaria a estratégia DTH naquele país.

No balanço financeiro, a companhia ressalta que, via cabo, a Net Serviços "continua a registrar números positivos" no Brasil. Não foi divulgada a quantidade de acessos discriminada por marca.

Negócio móvel

A Claro totalizou 71,202 milhões de acessos móveis em junho, uma redução de 1% em relação a março, mas ainda representando aumento de 3,5% em relação a junho de 2014. A companhia afirma ter desconectado 804 mil usuários pré-pagos no período (de uma base de 55,246 milhões), enquanto mostrou aumento de 7,7% na base pós-pago, totalizando 15,956 milhões (26% da base total). Os minutos de uso por usuário (MOU) caiu 14,4%, ficando em 100 min. A receita média por usuário caiu 12,6% e fechou junho em R$ 13. O churn permaneceu estático em 3,4%.

Daniel Hajj lembra que a estratégia de oferecer planos com zero-rating na Claro não é a única no Brasil, e que a tendência é que a empresa continue com a estratégia. "Não acho que vai ser para sempre, mas, no momento, dadas as condições do mercado, queremos ser competitivos e por isso estamos fazendo isso", justificou.

Aumento no fixo

Hajj afirma que a companhia continua a investir em atualização da rede, especialmente com a integração da infraestrutura da Net, Claro e Embratel. "Estamos vendo algumas economias nisso", diz. O executivo afirma estar revisando a construção de homes-passed da Net, que era de 2,5 milhões e está aumentando para mais um milhão em 2015.

Em termos de unidades geradoras de receita (UGRs) de linhas fixas (inclui telefone, TV paga e banda larga), o Brasil, que representa a maior operação da companhia mexicana (46% do total), fechou o período com 36,516 milhões de acessos, aumento de 5,8% no comparativo anual. A companhia afirma ter observado crescimento líquido de 144 mil acessos de banda larga e 138 mil de telefonia fixa. "Em todos os segmentos fixos, de banda larga e TV paga, estamos ganhando market share no Brasil", destaca.

Considerando todos os países onde atua, a América Móvil totalizou 367,7 milhões de linhas de acesso, 1,4% mais do que no ano anterior. Isso inclui 288,8 milhões de acessos wireless, 34,6 milhões de linhas fixas, 22,8 milhões de acessos de banda larga e 21,5 milhões de TV paga. Com 107,7 milhões de acessos no total, a operação brasileira é a maior base da América Móvil, representando 30% do total. Em segundo está o México, com 94,2 milhões, ou 26% de share.

Dados financeiros

Pelo resultado reportado pela América Móvil, o total de receitas das operações da mexicana no Brasil no trimestre foram de R$ 9,095 bilhões, aumento de 2,5% em relação ao ano passado. No acumulado do semestre, foram de R$ 18,108 bilhões, aumento de 3,7%.

As receitas do negócio wireless caíram 2,4% e 1,1% no trimestre e semestre, respectivamente, totalizando R$ 2,732 bilhões e R$ 5,444 bilhões. Destaque para a queda de 18,2% com a receita de equipamentos no trimestre, registrando R$ 325 milhões no período e R$ 647 milhões (recuo de 4,6%) no acumulado dos seis primeiros meses. Daniel Hajj afirma que se trata também de impacto do cenário macroeconômico e da redução de receitas nas taxas de interconexão. No negócio fixo (e outras áreas), a receita foi de R$ 6,038 bilhões (aumento de 5,2%) e R$ 12,016 bilhões (6,3%) no trimestre e semestre, respectivamente.

Por sua vez, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBTIDA) fechou março em R$ 2,493 bilhões, aumento de 10,4%. No acumulado, foi de R$ 4,821 bilhões, crescimento de 7,2%. A AMX diz que esse desempenho é resultado, em maior parte, por conta da redução dos custos de serviço com a melhoria da eficiência das redes em termos de gerenciamento de dados e conteúdo, "incluindo uma substancial redução da demanda de links de outras operadoras por conta dos grandes investimentos em infraestrutura" dos últimos anos. O CEO da companhia disse ainda que houve um aumento na margem EBTIDA, que agora é de 27%, e que a meta é tentar mantê-la para o próximo trimestre.

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