China entra (com atraso) na era da terceira geração

A China pode ser a estrela da economia mundial, mas o país não tem 3G, ainda. Ou melhor, tem, mas trata-se muito mais de um esforço do governo de promoção da tecnologia TD-SCDMA do que de uma realidade de mercado, ainda que essa operação quas experimental já tenha chegado à impressionante marca de 1 milhão de usuários. Os serviços foram lançados há cerca de um mês, para os Jogos Olímpicos, e cobrem apenas 11 cidades, o que em padrões chineses significa quase 100 milhões de habitantes. Mas a grande expectativa é com a liberação das licenças de 3G para outras tecnologias (WCDMA e CDMA 2000), o que acontecerá ainda este ano, na seqüência da reorganização das operadoras chinesas. Conforme já adiantou este noticiário, o governo chinês (controlador das operadoras), reorganizou o mercado de modo a que as três operadoras existentes passassem a prestar serviços fixos e móveis e competissem entre si.
Agora, a China Mobile operará a sua rede GSM e uma pequena rede fixa herdada da Railcom; a China Telecom, que já era dominante em telefonia fixa, ficou com a rede CDMA da antiga China Unicom (que deixou de existir); e a China Netcom, que também operava telefonia fixa, ficou com a parte GSM da rede da extinta China Unicom.

O que a China tem

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O que a China tem é uma cobertura de celular de fazer inveja a qualquer país que, como o Brasil, possua dimensões colossais. Aliás, foi por conta do esforço na implantação desta cobertura que pouca prioridade foi dada pelo governo no desenvolvimento da terceira geração.
Hoje, todas as cidades chinesas, mesmo as mais remotas, são atendidas por uma rede de telefonia móvel. São mais de 600 milhões de assinantes de celular e 210 milhões de usuários de internet, sendo a maior parte em banda larga. O que explica o sucesso da banda larga parece ser o custo. Uma conexão de 2 Mbps costuma sair por cerca de US$ 15 ao mês.
Na China, contudo, não parece existir o imperativo do triple-play. As operadoras de telefonia até oferecem serviços de IPTV, mas não é a preocupação do governo. Talvez porque o governo esteja mais preocupado em manter o acesso aos canais de TV sob o controle atual. Hoje, são as emissoras (todas estatais) de TV aberta que distribuem os serviços de cabo e fazem a programação. A mensalidade para o serviço básico é de menos de US$ 3. Nesse serviço estão todos os canais estatais (só a CCTV tem 12 deles) nacionais e locais. Para os canais estrangeiros, a venda é feita quase sempre à la carte, a custos que variam de US$ 2 a US$ 10 por canal.
Outra questão que complica a discussão da convergência no país é o fato de a regulação de telecomunicações ser feitas pelo Ministério da Indústria de Comunicação, e a regulação das TVs e do audiovisual em geral estar na mão dos estados locais.

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