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Para Cisco, OpenRAN é o futuro inevitável no 5G

Jonathan Davidson - SVP/GM, Cisco Mass-Scale Infrastructure

A Cisco enxerga na arquitetura de redes de acesso de rádio abertas (OpenRAN) o futuro da indústria móvel. Mas não só como uma possibilidade de abrir para empresas novos modelos de negócio, mas para ela própria atuar indiretamente, especialmente com o 5G. A empresa não é fornecedora de equipamentos de RAN, mas atua em outras camadas da infraestrutura de telecomunicações (como o core de rede) e, com a virtualização da rede de acesso, pretende marcar presença com orquestração

“A Cisco fala de RAN porque é o último ecossistema que ainda estava fechado na infraestrutura. Finalmente conseguimos abrir e desagregar com as interfaces abertas”, declara o vice-presidente sênior de infraestrutura de escala em massa da Cisco, Jonathan Davidson, em coletiva virtual do segundo dia do evento Cisco Live nesta quarta-feira, 17. Ele explica que a abertura de código leva à inovação, o que consequentemente resulta em eficiência de Capex e otimização de Opex. 

Perguntado por TELETIME se isso significaria que a Cisco agora se considera um player no mercado de RAN, Davidson explicou que a fornecedora já trabalha com OpenRAN há mais de um ano – a companhia atuou na implantação da tecnologia na rede 5G da Rakuten, no Japão. A empresa está “focando em ajudar o ecossistema, não só em padronização”, segundo o executivo.

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Davidson disse ainda que a Cisco não conta com a tecnologia OpenRAN internamente. “Mas a orquestração tem que ser especificamente desenvolvida para suportar a aplicação em tempo real. Somos os únicos na indústria, até onde eu sei, que podem implantar a O-RAN com o nosso software de orquestração”, afirma. Vale lembrar que o CEO da Cisco, Chuck Robbins, ressaltou no evento de 2019 que a empresa não estaria entrando no mercado de redes de acesso de rádio.

Jonathan Davidson enxerga na rede de acesso aberta o futuro das tecnologias móveis. “Acreditamos que é inevitável, e que é um grande passo para abrir o ecossistema“, analisa.

Modelos de negócios

A sugestão de Davidson é que o OpenRAN possa permitir novos fluxos de receita para operadoras, a partir da tecnologia de network slicing (rede fatiada). O especialista da Cisco imagina a possibilidade de um provedor ou operadora comercializarem interfaces de programação de aplicações (APIs) na rede de acesso. “Dá para fazer aplicações de empresas direto no espectro, fornecendo um slice para empresas. Isso é o ideal, tem novas oportunidades de receita, potencialmente para provedores de acesso abrindo a rede com API e deixar disponível para empresas.”

Ele ressalta que essas APIs teriam que ser padronizadas, com um esquema de compartilhamento documentado. “É uma nova abordagem para multidomínio, não é uma empresa só gerindo tudo, isso não é realista”, resume Davidson.

A Cisco está lançando uma nova plataforma, o processador Silicon 1, além de novos softwares para ajudar a automatizar a rede com tecnologia baseada em cloud. “Vamos poder convergir redes IP e óticas de maneira a melhorar o Capex e simplificar a operação para ter Opex reduzido. Com isso, reduz-se apagões, e os clientes ficam mais felizes porque a rede fica mais confiável.”

No Brasil, a OpenRAN estava sendo considerada pela Oi (o que ainda está nebuloso com a confirmação da venda da unidade móvel), Claro e provedores regionais. A Telefónica, controladora da Vivo, afirmou em março que pretende trazer a tecnologia para o Brasil ainda neste ano.

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