Como parte das medidas para reajuste às demandas sociais atuais, a Cisco deverá passar por um processo de revisão de toda a documentação de equipamentos e software para evitar terminologias de cunho racista. Segundo afirmou a companhia nesta quarta-feira, 17, expressões como "lista negra" e o conceito de programação de master/slave ("mestre/escravo") serão substituídos por termos não ofensivos.
Jonathan Davidson, vice-presidente sênior de infraestrutura de escala em massa da Cisco, diz que isso acontecerá de forma sistêmica. "Tomamos a iniciativa de olhar em todos os produtos e documentos, e universalmente mudar todos, acabando com outras terminologias problemáticas", afirma.
Vice-presidente sênior de redes corporativas e cloud na Cisco, Todd Nightingale reforça: "As metáforas que usamos para funcionalidades são muito importantes. Temos normalizado isso pelo jeito de falar, e até pelo ensino e nos livros", analisa. "Parece que [o problema de diversidade e inclusão] deve ser parte da discussão na América corporativa", afirma.
No caso do master/slave, a companhia deverá mudar para primário/secundário. A revisão de terminologia é uma das diretrizes para combater o racismo institucionalizado, no contexto das recentes ondas de protesto globais, mas sobretudo nos Estados Unidos. Nota-se, porém, que nos dois dias do evento Cisco Live, encerrado nesta quarta, 17, havia ausência de executivos negros na empresa.