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Início COVID-19 Cisco enxerga mudanças na cadeia de suprimentos pós-pandemia

Cisco enxerga mudanças na cadeia de suprimentos pós-pandemia

CSO da Cisco, Anuj Kapur

A Cisco não se posicionou de forma mais contundente sobre a guerra econômica dos Estados Unidos com a China durante o evento Cisco Live (desta vez totalmente online), encerrado nesta quarta-feira, 17. Porém, nas entrelinhas, a empresa reforçou o foco na segurança como diferencial, e inclusive já apontou para uma possível mudança na cadeia de suprimentos no ambiente pós-crise do coronavírus (covid-19). 

“Acho que vamos ter que repensar a nossa cadeia de fornecimento”, declarou o chief strategy officer (CSO) da Cisco, Anuj Kapur, durante coletiva online. Ele afirma que o fenômeno da globalização promovido nos últimos 25 anos no mundo está caminhando para outra tendência diante da crise. “Tentamos nos guiar pelas 20 mil maiores organizações, mas temos muito mais clientes do que isso”, afirma. 

Como a China é fornecedora de muitos suprimentos e exporta para todos os mercados, ela seria justamente a maior afetada com essa mudança proposta. O argumento é que há uma falta de sincronia entre demanda e suprimento. Para ele, a grande questão será se precaver para lidar com as próximas crises pandêmicas. “Isso vai acontecer de novo, e precisamos estar preparados“, diz. 

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Digitalização

Kapur reforça a crença de que a covid-19 acelerou a digitalização. “A curva de demanda que previam só para 2024 veio de uma vez em 2020 para uma rede de entregas de compras de supermercado”, cita. Com o aumento do trabalho remoto também, a companhia espera o crescimento de novas redes baseadas em segurança para ambientes abertos, conceito chamado de zero-trust.

Outro crescimento esperado é nas aplicações, considerado por Kapur como a “unidade atômica da transformação” e barômetro da digitalização. Ele afirma ter havido nos últimos anos uma “renascença” em desenvolvimento de software, que vai acabar a ser a principal responsável pela receita das empresas. “A Internet é a sua rede, e o cloud é o seu data center. E tudo vai ser medido pela experiência no uso de sua aplicação”, prevê.

O executivo da Cisco citou anteriormente como exemplo desse redirecionamento do fluxo de receita o grupo Disney. Por ter lançado em novembro do ano passado nos Estados Unidos o serviço de streaming Disney+, conseguiram abrir não apenas o novo fluxo, mas uma resiliência maior durante o período de fechamento dos parques de diversão durante a pandemia. Além disso, obtiveram a relação com o consumidor por meio da plataforma, cujo consumo aumentou no período

Ele vê que os mercados que estão conseguindo maior resiliência, já podendo se reerguer, são onde houve intervenção do banco central. “Nos EUA, tem mais otimismo agora do que há quatro semanas, e o Fed é um dos responsáveis”, comenta. Segundo Kapur, 

Internet fundamental

Para o vice-presidente sênior de infraestrutura de escala em massa da Cisco, Jonathan Davidson, o papel da companhia agora é de promover a conectividade. “Em 2016, a ONU reconheceu a Internet como um direito fundamental. O que vemos atualmente é que o dividendo digital ficou mais aparente; alunos não podem ter aulas sem ter acesso à Internet em casa”, exemplifica. A ideia é trabalhar com a indústria de tecnologia e governos para criar meios de resolver o gargalo. “Temos que, como indústria, fazer um trabalho para conectar o bilhão de pessoas ainda desconectadas.”

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