Huawei diminui projeção para biênio em US$ 30 bilhões

Fundador e CEO da Huawei, Ren Zhengfei estimou pela primeira vez o impacto financeiro das restrições impostas pelo governo dos EUA sobre a fornecedora. Em conferência realizada em Shenzhen (China) nesta segunda-feira, 17 (domingo no Brasil), o executivo divulgou uma redução de US$ 30 bilhões nas estimativas da empresa para 2019 e 2020. A previsão é que a receita da companhia ronde os US$ 100 bilhões tanto neste ano quanto no próximo.

O valor divulgado é menor que os 721,2 bilhões de yuans (ou US$ 104,1 bilhões no câmbio atual) faturados em 2018. No começo do ano, a Huawei trabalhava com uma perspectiva de crescimento entre 15% e 25%, sendo que no primeiro trimestre o faturamento aumentou 39%. A revisão das projeções é um impacto direto da inclusão da empresa na Lista de Entidades do Departamento do Comércio norte-americano cujos negócios com empresas do país são tutelados pelo governo dos EUA.

No caso da unidade de consumo, as restrições impostas pelos EUA em maio já resultaram em queda de 40% nas vendas internacionais de smartphones, ainda que Zhengfei siga otimista com a demanda interna chinesa. As sanções contra a Huawei ainda resultaram em cortes na relações comerciais com empresas como Qualcomm, Google e Intel, além de reflexos em mercados como o japonês e o britânico.

Notícias relacionadas

Durante conferência na China Global Television Network (CGTN), Zhengfei classificou como política a decisão da gestão Trump e afirmou que investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) da Huawei não serão afetados mesmo com redução da capacidade da empresa chinesa, que precisará se reinventar nos próximos dois anos, segundo o executivo. Ainda que defendendo a manutenção de um ambiente comercial de cooperação, Zhengfei também declarou que a Huawei não será "complacente" diante do que chama de ataques.

Apesar de ainda não ter apresentado provas desde que iniciou a guerra tecnológica no final do ano passado, o governo norte-americano acusa a Huawei de espionagem e de fraude fiscal, resultando inclusive na detenção, no Canadá, da diretora financeira da fornecedora, Meng Wanzhou. A companhia nega as acusações e processa os EUA alegando inconstitucionalidade de algumas das medidas restritivas impostas.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!