Se em anos anteriores o tema que mais dominava dos debates da NXTComm (em outros tempos, Supercomm) era IPTV e serviços de vídeo, parece que uma nova fronteira começa a se desenhar. Não que IPTV tenha deixado de ser um assunto importante. Mas o tema da edição deste ano da NXTComm (que acontece em Las Vegas) parece ser aplicações em rede, associado à oferta de redes banda larga e à Web 2.0. Em resumo, o que algumas teles começam a vislumbrar é a possibilidade de não apenas entregar aos usuários a infra-estrutura de acesso, mas também as aplicações, o processamento e o armazenamento de informações.
"Um ponto que estamos olhando com muita atenção é o nosso papel como provedores de aplicativos. Seremos mais e mais provedores de softwares online ", diz Sol Trajillo, CEO da Telstra, maior operadora de telecom da Austrália. Ele lembra que isso é algo que empresas como Goolge e Microsoft estão fazendo, mas todas elas, lembra ele, têm a limitação da infra-estrutura de rede.
A aposta da AT&T, por exemplo, é que daqui a cinco anos a empresa estará muito mais concentrada no desenvolvimento de aplicações e inovações e redes sociais do que apenas no provimento de infra-estrutura. "Não seremos simplesmente carriers", diz Chris Rice, vice-presidente da AT&T para serviços compartilhados. Lembrando que a AT&T é hoje não apenas uma empresa de telefonia fixa e banda larga mas também a segunda maior operadora de telefonia celular dos EUA.
"A tendência de serviços multimídia exige a construção de redes com tecnologias adequadas. A chave é conseguir colocar essa rede e ao mesmo tempo entregar os serviços. Em cinco anos, o segredo estará em entregar uma rede robusta e confiável para todos os serviços", diz Mark Wegleitner, vice-presidente sênior de tecnologia e planejamento da operadora.
Para Pieter Poll, CTO da Qwest (a última operadora de telefonia fixa que ainda não foi consolidada), o futuro da empresa será levar a rede de banda larga. "Voz e vídeo serão apenas serviços dessa rede", diz.