Para TIM, experiência no Sul mostra necessidade de pensar operações para cenários extremos

"Voltamos a ressignificar a essencialidade da conectividade. Isso voltou com muita força, ainda mais quando a infraestrutura é colocada em risco por um desastre ambiental. Nós fomos expostos a um desafio enorme com muita coisa ainda a ser superada". É assim que Marco di Costanzo, CTO da TIM Brasil, resume a situação vivida no Rio Grande do Sul afetando centenas de cidades e milhões de pessoas ao mesmo tempo, e mais uma vez mostrando a essencialidade da conectividade para garantir o socorro e a ajuda à população. Uma crise que, segundo ele, nunca havia sido enfrentada por nenhuma operadora no Brasil em tal escala, abrangência e impacto.

Mas a TIM já começa a olhar agora para o futuro. "Uma hora os holofotes vão se apagar e vai parecer que a crise acabou, mas não podemos deixar o Rio Grande do Sul para trás. Existe um esforço imenso de reconstrução que precisa ser feito", diz ele. E, mais importante, esse esforço de reconstrução, inclusive das redes, precisará ser feito considerando que outros eventos dessa escala poderão acontecer. "Acho que ninguém tinha planos para uma crise que pegasse um Estado inteiro. Isso foi maior do que o Katrina (em referência ao furacão que impactou New Orleans, nos EUA, em 2005). Foi um caso sem precedentes no Brasil, e talvez no mundo. Precisamos estar mais bem preparados, porque a frequência dessas ocorrências climáticas está se intensificando. Então precisamos estar prontos", avalia o executivo.

O olhar para o futuro da TIM tem a ver com o que foi feito para mitigar os efeitos do cataclisma: um time de recuperação, reconstrução e resiliência, mas que atuará de maneira permanente, diz Costanzo, agora na reconstrução.

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No momento inicial, relata Marco di Costanzo, os problemas de alagamentos generalizados, rompimento de fibra por queda de barreiras e pontes, inundações em sites e cortes de energia foram o principal desafio da TIM. "Aumentamos o nosso time técnico no Estado com 60 profissionais a mais, vindos de outras regiões", conta ele. Algumas equipes passaram várias noites seguidas dormindo em containers para assegurar o abastecimento dos geradores.

"Sozinho, ninguém consegue"

"Muita gente não queria voltar, fez questão de permanecer garantindo a rede em operação", diz ele. "A catástrofe atingiu 450 municípios, 90% das cidades do Estado, 2 milhões de pessoas afetadas, 500 mil pessoas desalojadas. É uma dimensão impensável, muitas cidades ficaram inacessíveis, apenas por helicóptero. Um centro de operação das equipes de resgate precisou ser conectado por satélite", exemplifica, para mostrar a dificuldade de colocar as redes de volta em funcionamento. "Para enfrentar essa crise tem que ter prontidão na mobilização e capacidade de organizar recursos e cooperação. Sozinho ninguém consegue", diz ele, citando os esforços conjuntos com as autoridades e com outros operadores..

Para o CTO da TIM, "a mobilização com prontidão pós-pandemia foi muito mais ágil por conta da experiência com a pandemia". Para ele, o drama do Rio Grande do Sul também deve ser uma oportunidade de aprendizado para situações extremas. 

Ele diz que a TIM, que já tem 100% dos municípios gaúchos cobertos com 4G, quer manter o planejamento de expansão do 5G e a cobertura rural. "Podemos manter o nosso planejamento, mas a gente tem que sair da emergência. Tudo vai depender das condições que a gente vai encontrar. Agora é uma oportunidade de ampliar a rede com a reconstrução de infraestrutura básica, mas precisar de uma coordenação (com as autoridades). Essa é a palavra forte: coordenação. Não podemos perder essa coordenação e a colaboração", diz. Para ele, as operadoras de telecom irão enfrentar outros tipos de problema agora, porque a reconstrução vai ser simultânea em várias frentes, e isso precisa ser coordenado.

Suporte interno

Além da recuperação das redes, que já avançou a ponto de hoje não haver mais cidades sem capacidade de comunicação, a TIM também relata um grande esforço de cooperação interna, entre seus colaboradores, e mobilização para dar suporte aos funcionários do Rio Grande do Sul.

Para Christian Krieger, diretor comercial da TIM Brasil para a Região Sul, o que se vê nesse momento é  "uma mobilização enorme em salvar vidas". Segundo o executivo, "aqueles que chegaram aqui chegaram com o mesmo espírito de salvar vidas. É como se colocar a rede de volta para funcionar fosse uma missão de vida". 

Segundo ele, "foi preciso ter uma preocupação com a vida das pessoas em um primeiro momento, depois em dar conforto e agora reconstruir as vidas daqueles que foram mais impactados". Isso vale no macro, para a população afetada em geral, diz ele, mas especialmente para os funcionários afetados.

Para o auxílio interno, foram várias linhas de ação em paralelo: a criação de um PIX para doações internas aos colaboradores, coleta de doações, alojamento de funcionários nos hoteis ainda disponíveis, vale refeição em dobro, ampliação do auxílio para compra de medicamentos, e recentemente a empresa aprovou o fundo em que para cada real doado pelos colaboradores para a equipe do Rio Grande do Sul, a TIM complementa com o mesmo valor vezes 3.

Além do reforço de equipe de rede com 60 pessoas, a TIM colocou metade dos colaboradores no Estado em home-office.

Para a comunidade, o Instituto TIM trouxe doações de cadeiras de rodas e água, a operadora concedeu créditos aos usuários pré-pagos, que ainda estão sendo renovados enquanto a crise perdura, e foi aberto um canal de PIX para doações com a ONG Gerando Falcões para compras no comércio local .

"Tinha gente das equipes levando água para a população afetada. A solidariedade que a gente vê dentro da empresa é uma coisa muito impressionante", relata Krieger.

A seguir algumas das imagens dos times de recuperação e recunstrução da TIM:

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