O impacto econômico gerado pela pandemia do novo coronavírus (covid-19) deve motivar uma revisão dos investimentos na tecnologia 5G planejados para o ano pelas operadoras de telecomunicações. Segundo avaliação da consultoria MTN Consulting, o provável cenário de recessão e o impacto da crise sobre a produção e a venda de novos smartphones vão motivar decisões deste calibre.
"O setor de telecomunicações enfrenta riscos na cadeia de suprimentos, e a receita de aparelhos e dispositivos será afetada devido à produção reduzida de smartphones 5G e componentes de aparelhos", afirmou relatório publicado pela empresa nesta última quinta-feira, 16. O atraso de licitações de espectro em alguns mercados também foi mencionado.
"Nos países europeus, os leilões de 5G nos próximos meses são quase impossíveis em meio à pandemia do covid-19; a França já adiou um leilão. Isso afetará diretamente quaisquer perspectivas de curto prazo para as empresas. No futuro, as operadoras vão provavelmente revisitar seus orçamentos de investimento e reduzir os gastos com 5G", afirmou a consultoria. Recentemente, EUA e Portugal também realizaram mudanças no cronograma 5G.
A empresa ainda vê risco de menor gasto empresarial com telecom por conta da pandemia e impacto sobre operadoras com divisões de mídia, que podem ter receitas de publicidade afetadas por suspensão de eventos esportivos, entre outros fatores (Telefónica e AT&T são citadas como exemplos).
Por outro lado, o aumento do tráfego de dados e a maior demanda por capacidade de rede virtual privada (VPN) podem oferecer algum alívio para as empresas, acredita a MTN Consulting. "Embora não imediatamente, as operadoras provavelmente buscarão a migração de alguns usuários do segmento de consumidores para pacotes premium e tentarão monetizar o aumento no tráfego de dados", afirmou a firma norte-americana.
Trimestral
Acompanhando a receita de 133 operadoras ao redor do mundo (inclusive os grupos controladores das empresas brasileiras), a MTN Consulting apontou uma alta anual de 1% na receita do setor durante o quarto trimestre de 2019, para US$ 465 bilhões; o resultado positivo veio após cinco trimestres seguidos de queda no indicador.
Ao mesmo tempo, o capex do setor teria reduzido 1,6% em um ano (para US$ 297 bilhões), com empresas mais interessadas em redes abertas, parcerias de nuvem e spin-offs de ativos para redução da necessidade de aportes e preocupadas com endividamento. Ainda assim, a consultoria ainda vê cenário propício para consolidação, na medida que operadoras buscam maior diversificação de receitas.
Outra tendência apontada é a mudança no perfil da força de trabalho do setor. Estável em 5,2 milhões de colaboradores durante os últimos trimestres, a base de funcionários deve diminuir nos próximos um ou dois anos, aposta o relatório. Entre as razões estaria a diminuição no número de agentes de campo e um foco maior em carreiras relacionadas com software.
Samuca…agora mudou tudo no nosso planeta …(e em especial no Brasil)…onde são muuuitas as indefinições, desde o uso adequado do espectro em 3,5GHz , dos recurso e investimentos para o leilão 5G …das potencias quedas nas receitas das operadoras telecom (por inadimplência do atual serviço)…dos atrasos nos desenvolvimentos das industrias eletrônicas de smart phones…da falta de $$ dos usuários para comprar um novo celular …etc.