Além dos produtos móveis, a Oi também está reformulando seu portfólio de TV por assinatura. A companhia anunciou nesta terça-feira, 17, que vai passar a oferecer recursos de catch-up TV por meio de gravação em pendrive nos set-top box já em uso na base. E até a Copa do Mundo da Rússia, a empresa oferecerá um novo set-top compatível com 4K, aproveitando que a operadora detém toda a capacidade em banda Ku do satélite SES-6.
O diretor de produtos residenciais da Oi, Ermindo Cecchetto, contou a este noticiário que ter o sinal em Ultra HD é possível justamente por ainda contar com sobra de capacidade do SES-6. "O satélite hoje não está totalmente ocupado. Tanto é que a gente tem subido alguns novos sinais", afirma, citando a transmissão de 40 sinais de retransmissoras regionais da Globo. Ele diz que a companhia executou estudos para verificar a viabilidade. "Esse sinal (de 4K) tem uma taxa de ocupação maior, mas ainda assim, dentro da otimização da capacidade do satélite, a gente consegue transmitir sinais assim como no HD."
O satélite da SES foi lançado em julho de 2013, mas a Oi garantiu a totalidade da banda Ku disponível ainda em janeiro daquele ano, mais do que dobrando a própria capacidade em DTH. O acordo tem duração de 15 anos, ou seja, a vida útil do artefato.
Mas além da questão da capacidade, a Oi ainda precisa ter conteúdo em 4K. Cecchetto diz que a companhia está discutindo com programadores para verificar quem disponibilizará a imagem em Ultra HD. Ele não adiantou informações de quais empresas estão negociando, mas confirmou que a ideia é lançar o set-top box compatível com a tecnologia para a Copa do Mundo. "A gente está neste momento discutindo com as programadoras quais serão aquelas que terão o sinal 4K (da Copa) para a gente poder transmitir", declara. O evento esportivo começa em 14 de junho, e já se sabe que ao menos a SporTV terá geração de imagens nessa resolução – a fabricante Samsung já está vendendo aparelhos de TV com o aplicativo do canal embarcado para a transmissão da Copa em 4K via Internet.
Tecnologias
Além do Ultra HD, a Oi também investe na oferta do catch-up com a gravação em pendrive comum, recurso que chama de PVR. Com isso, mesmo os usuários com set-top boxes atuais conseguirão ativar a gravação para poder pausar a programação ao vivo. "O cliente antigo vai ter direito (à função) mediante assinatura, todas as caixas hoje têm entrada para pendrive", afirma. Para clientes novos, a operadora oferecerá a funcionalidade gratuitamente.
Não significa que será a única forma de oferecer o recurso. Cecchetto diz que no segundo semestre a empresa deverá anunciar o Oi Play 2.0, que será uma espécie de hub de streaming e que poderá ter, entre outras funções, a gravação da programação ao vivo em cloud.
Mas além da oferta de catch-up, a Oi também investe no vídeo on-demand. A empresa vai embarcar o Oi Play em todos os set-top boxes, permitindo baixar o conteúdo (também pelo pendrive) para assistir quando o consumidor preferir. "É algo diferenciado para uma operadora de Pay TV que opera com DTH", argumenta. Além de mostrar conteúdo usual de serviço de VOD como o de filmes e séries, a operadora também terá a função "Passou na TV". "Estamos no momento fazendo trabalho com todos os programadores para gestar os conteúdos", diz. Um exemplo foi mostrado com um programa do Multishow. Essa plataforma começará a ser disponibilizada para a base já nesta quarta-feira, 18.
Para a conectividade necessária para esse tipo de conteúdo via IP, o set-top box 4K também contará com antena Wi-Fi. Ermindo Cecchetto diz que entende que a rede sem fio doméstica é um ambiente mais complicado de controlar e pode sofrer interferência, mas afirma que é "uma alternativa, não quer dizer que não dá para fazer conexão via cabo para ter o Oi Play na TV".
Números
Vale lembrar que a Oi tem obtido resultados positivos com a TV paga. Além da fonte de receita, o produto funciona como oferta convergente – as vendas do bundle Oi Total com os quatro serviços (TV, banda larga fixa, telefonia fixa e móvel) saiu de 12% no primeiro trimestre de 2017 para 23% no final do ano. "Isso blinda o domicílio inteiro para ser 100% Oi. Queremos ser um hub de comunicações", declara o diretor de produtos residenciais. Além da retenção, há a captura de base: 56% das novas instalações de combos são para novos clientes. "A base da Oi é majoritariamente de fixos da época de incumbent, a capacidade de trazer clientes que não tinham nenhum relacionamento com a empresa é importante." Além disso, 85% das instalações de banda larga trazem mais de uma unidade geradora de receita (UGR).
Já o Oi Play também tem mostrado desempenho satisfatório para a operadora. Foram 1,002 milhão de pageviews (eram 100 mil no começo de 2017), e a quantidade de acessos únicos em março triplicou em comparação anual. O tempo médio de navegação no portal cresceu 36%, e a expectativa é de que esses números cresçam, uma vez que a plataforma será ofertada também para a base de pós-pago. A companhia pretende incentivar a convergência com a possibilidade de dobrar a franquia de dados móveis em caso de combo com os produtos fixos.
Avante Oi! É bom ver a Oi investindo e viva na briga…
Olá. Isso quer dizer que vão trocar os decodificadores e a tecnologia usada pela Oi vão melhorar?
Os decodificadores novos só devem valer para clientes novos. A tecnologia utilizada pela Oi continuará a mesma (via satélite).
"O cliente antigo vai ter direito (à função) mediante assinatura, todas as caixas hoje têm entrada para pendrive", afirma. Para clientes novos, a operadora oferecerá a funcionalidade gratuitamente."
E como fica o Art. 46 da Resolução 632 da Anatel que diz que promoções tem que estar disponíveis para todos os clientes antigos e novos, sem distinção? Se o assinante quiser a função de forma gratuita vai ter que cancelar e assinar de novo?